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Valor EconômicoA Petrobras decidiu endurecer as negociações para forçar a redução dos custos de construção de plataformas para produção de petróleo. O diretor de exploração e produção da companhia, Guilherme Estrella, deu mostras ontem de que vai seguir à risca a indicação dada pelo presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, que há duas semanas, na cerimônia de batismo da P-54, afirmou que a Petrobras não realizará os investimentos previstos a qualquer custo.
A bola da vez agora é a licitação para construção da P-55. Estrella indicou que o processo - que teve apenas uma oferta, apresentada pelo Jurong Shipyiard, de Cingapura - pode ser cancelado devido ao alto preço proposto.
A tendência é cancelar a licitação. (Os projetos) Estão muito caros. Vamos negociar para chegar a preços exeqüíveis, informou Estrella, que ontem apresentou o plano estratégico da empresa para a área de exploração e produção de 2008 a 2012. O executivo não informou o valor cobrado pelo estaleiro. Caso o cancelamento seja confirmado, a Petrobras deve simplificar o projeto da P-55 para negocia-lo com diversos estaleiros.
O primeiro impacto do alto preço cobrado pelo único concorrente a apresentar proposta foi o adiamento da entrada da plataforma em operação. Prevista para começar a produzir em 2011, o planejamento apresentado ontem por Estrella mostra que a expectativa da estatal para o início das operações da P-55 passou para 2013. Nada que ameace a auto-suficiência conquistada pela companhia, segundo o diretor.
A estratégia é antecipar a P-56 e agilizar a recuperação de energia em outros campos, frisou Estrella. A P-56 teve a expectativa de início das atividades antecipada de 2013 para 2011 no atual plano de investimentos e terá capacidade de 100 mil barris diários.
Os problemas com plataformas enfrentados pela Petrobras no primeiro semestre influenciaram a meta de produção da empresa e o custo de produção este ano. A empresa, que já projetara alcançar a média de 1,9 milhão de barris diários em 2007 deve fechar o ano com produção média de 1,85 milhão de barris, enquanto os custos por barril produzido no segundo trimestre subiu para US$ 7, contra US$ 6,59 de média em 2006.
Estrella lembrou que houve problemas de produção com a P-34, a P-43, a P-48 e a P-50. O primeiro semestre foi um horror, mas isso faz parte da atividade.
O executivo frisou que a expectativa da estatal é reduzir o custo médio de produção para US$ 6,13 por barril em 2012. Não mudamos a meta de redução, só corrigimos o valor em função da taxa de câmbio, acrescentou Estrella.
Os investimentos da companhia entre 2008 e 2012 também serão voltados para a Amazônia. Mais especificamente para a Bacia do Solimões, onde a empresa pretende desenvolver os campos de Juruá, Juraqui e São Mateus, para cumprir o contrato que prevê o fornecimento de 5,5 milhões de metros cúbicos de gás para Manaus durante 20 anos. A produção dos três campos se juntará à de Urucu, também no Estado do Amazonas, que garantirá o envio de gás para a Manaus a partir de 2008.
Estrella frisou ainda que não pediu para deixar a diretoria da Petrobras, como veiculado nas últimas semanas. Vou ser substituído quando o governo decidir.
Fonte: Valor Econômico
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