A Petrobras deverá continuar investindo na relação comercial com a Bolívia. O diretor de gás e energia da estatal, José Alcides Martins, afirmou que a compra do gás boliviano é necessária para o suprimento do mercado interno. Ano passado, segundo ele, o país importou, em média, de 26 milhões de metros cúbicos por dia do país vizinho.
"É claro que sempre existe o risco regulatório", disse Alcides, que participou na segunda-feira (7) do seminário sobre gás natural, do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), no Rio. "Mas precisamos manter o suprimento nacional".
Foi seu primeiro evento público depois de assumir a diretoria. Alcides leu um discurso de 20 minutos, onde destacou a necessidade de aumentar a oferta de gás no país e não descartou a possibilidade de fazer parcerias com empresas. "O mercado não será atendido apenas pela Petrobras, mas também por outras empresas que estão no mercado", disse Alcides, que citou como exemplo empresas do grupo EBX, do empresário Eike Batista, e também a HRT, que explora reservas na bacia do Solimões, na Amazônia. "Nós não negamos parcerias com ninguém que possa agregar valor", disse Alcides, destacando que não há nada novo agora.
Em outro evento, o assessor da presidência da Petrobras, Andre Garcez Ghirardi, alertou que a capacidade da estatal para investir em países latino-americanos pode estar sendo superestimada.
"Diante da dimensão do pré-sal e do plano de investimento, há a falsa impressão de que a Petrobras tem recursos excedentes. A realidade é outra. É um ato de equilíbrio gerenciar o fluxo de caixa", disse Ghirardi. "Existe um espaço pequeno para aplicar nos vizinhos qualquer recurso que não seja gerado no próprio país", afirmou sobre valores adicionais de investimento.