Carbono

Pesquisa do IBGC demonstra avanço moderado nas medidas das empresas para mitigar as emissões de carbono

No entanto, não houve progressos em relação ao ano passado quanto às metas net zero para a emissão de gases de efeito estufa, e quanto ao objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. Como ocorrido em 2022, mais da metade dos entrevistados sinalizou que os conselhos não estabeleceram esses objetivos.

Redação TN Petróleo/Assessoria
12/12/2023 16:14
Pesquisa do IBGC demonstra avanço moderado nas medidas das empresas para mitigar as emissões de carbono Imagem: Divulgação Visualizações: 645 (0) (0) (0) (0)

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em parceria com o Chapter Zero Brazil, realizou a segunda edição da pesquisa "Board scorecard: a atuação dos conselhos frente aos impactos climáticos e à estratégia net zero". O estudo visa analisar como esses colegiados, tanto os de administração quanto os consultivos, têm abordado o tema. Notou-se progresso de 8,1 pontos percentuais quanto à adoção de medidas de curto e de longo prazo alinhadas aos planos de redução de emissões de gases de efeito estufa. Em 2022, 58,6% dos entrevistados reportaram não haver providências nesse sentido, ante 50,5% este ano.

Amostragem contou com a participação de 107 respondentes. Dentre os entrevistados estão conselheiros de administração (43,0%), conselheiros consultivos (21,5%), conselheiros fiscais (4,7%) e diretores-executivos (30,8%).


Capítulo brasileiro da Climate Governance Initiative (CGI), o Chapter Zero Brazil foi lançado pelo IBGC em 2021, com o propósito de estimular e contribuir para avaliar como a agenda do clima é tratada no universo dos negócios. A pesquisa baseou-se no Board scorecard, ferramenta do Chapter Zero no Reino Unido. O questionário foi estruturado em quatro áreas temáticas: "liderança", "propriedade", "estratégia" e "mensuração".
 

A questão climática é pouco pautada pelos conselhos, aponta a pesquisa


Para 55,1% dos respondentes, os membros do conselho entendem as implicações das mudanças climáticas. Porém, apenas 39,3% sinalizaram ser uma prática pautar a questão climática pelo menos quatro vezes ao ano na agenda do colegiado, tendo objetivos claros para a discussão, além de dados e informações robustos.


Para 47,6% dos entrevistados, os comitês de assessoramento ao conselho não levam em consideração as mudanças climáticas em suas discussões. Segundo 39,2%, não há clareza sobre a responsabilidade do conselho e da equipe executiva pelas decisões de redução de emissões de gases de efeito estufa. Ademais, 37,4% sinalizaram que o CEO, o presidente e os membros do conselho de administração ou consultivo não comunicam e divulgam para os funcionários e executivos a importância de se cumprir a meta climática estabelecida para a organização.


Conforme 69,1% das respostas, as metas relacionadas ao clima não são incorporadas aos incentivos e à remuneração dos executivos de maneira significativa e mensurável. Para 36,4% dos respondentes, a questão climática não integra a avaliação de riscos e oportunidades e escopo central dos negócios, enquanto 48,6% apontaram que o conselho não analisou a estratégia da empresa considerando pelo menos dois cenários de mudanças climáticas.


Conforme indicaram 50,5% dos entrevistados, o conselho não estabeleceu a meta net zero para a emissão de gases de efeito estufa, nem está alinhado ao compromisso de atingir a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. O percentual foi o mesmo para as respostas sobre medidas de curto e de médio prazo para a redução das emissões. Para 53,3%, o colegiado não considera a questão climática nas decisões de investimento, nem faz uso de uma ferramenta de quantificação, como a de precificação de carbono.


Segundo 51,4% dos respondentes, a empresa não avalia os impactos da transição net zero em suas operações, nem nas decisões de investimento, considerando os escopos 1 e 2 estabelecidos pelo GHG Protocol (pacote de padrões, orientações, ferramentas e treinamentos para que empresas e governos mensurem e gerenciem as emissões antropogênicas responsáveis pelo aquecimento global); 54,2% dos respondentes sinalizaram que a empresa não entende suas emissões enquadradas no escopo 3.


Finalmente, 49,6% relataram que a empresa não divulga sua ambição climática, planos de ação e o progresso de suas ações baseando-se em métodos e métricas científicas.


Para ter acesso a pesquisa completa acesse o Portal do Conhecimento do IBGC e faça o download gratuitamente. Clique aqui e acesse.

Fonte: Redação com assessoria

Imagem:Foto de Josh Sorenson via pexels

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