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    Redação / Assessoria
 
                
            Dizem os especialistas que, se a nossa economia caminhar como deve e o  governo deixar de ser problema para a equipe econômica, o Brasil terá  muitas oportunidades a serem aproveitadas. Ainda assim, o crescimento  será baixo.
Vamos ao cenário atual: segundo a pesquisa Focus,  divulgada pelo Banco Central, sobre as perspectivas para 2015, a  inflação anual deve superar a meta de 6,5%, estabelecida pelo governo.  Já o crescimento do PIB foi rebaixado de 0,5% para 0,4% ao ano. Ainda de  acordo com a pesquisa, a taxa básica de juros será ampliada para 12,5%  até o final de 2015 e a alta do dólar deve continuar até 2016. Isto sem  falar de aumento das tarifas de serviços básicos de infraestrutura, como  luz, água, transporte e alta de impostos, como já anunciou o novo  ministro Joaquim Levy.
Para a indústria, a expectativa é de  terminar o ano com crescimento de 1,02%. Um alívio, considerando o  amargor dos últimos períodos. Basta lembrar que no primeiro semestre de  2014, a indústria nacional acumulou perdas de 2,6% em sua produção. Há  muito por ser feito para que se atinja um ambiente favorável aos  negócios. Resta aos empresários brasileiros unirem-se, arregaçarem suas  mangas e tentarem reativar a produção.
Com a chegada do  ex-diretor do Bradesco, Joaquim Levy, ao Ministério da Fazenda, uma  pequena luz se acendeu no final do túnel.  O novo ministro terá que  fazer um programa de ajustes na economia e cortar a própria carne do  governo, revisando gastos e readequando as contas públicas. Nossa  expectativa agora é que Levy consiga fazer bem o seu trabalho, sem  interferências políticas, para poder reverter o ambiente de falta de  confiança por parte dos investidores e empresários. Só assim o Brasil  voltará a crescer lentamente.
Crescimento econômico sustentável é  o que todos queremos. Significa alinhar as contas, recuperar a  indústria, retomar a produção, gerar mais empregos e renda. Resta saber  se haverá vontade política suficiente para colocar o Brasil no eixo do  desenvolvimento outra vez.
Ao mesmo tempo, o governo terá que  investir no aumento da produtividade e da competitividade para que o  País volte a crescer em níveis internacionais. Por falta de  competitividade da indústria nacional, o Brasil tem perdido  credibilidade no mercado global.
 
O objetivo é retomar o  crescimento e gerar empregos, mas antigos problemas, se não sanados,  podem dificultar o cumprimento das metas. A volta da inflação é um  deles, aumento de tarifas é outro.  Em 2015, o custo da energia  elétrica, a ser paga pela indústria nacional, terá elevação de 27,3% em  média. A valorização do dólar, no entanto, pode favorecer a indústria no  caso das exportações.
O escândalo do desvio de verbas da  Petrobras é ainda outro ponto que pode causar dificuldades à  infraestrutura do País, já que entre os envolvidos encontram-se as  maiores empreiteiras brasileiras e, consequentemente atravancar a  produtividade industrial, que depende de um sistema logístico eficiente  para competir no mercado internacional. Ficou mais distante o sonho de  termos um programa eficiente de rodovias, ferrovias, portos e  aeroportos.
Recuperar a capacidade de investimento da indústria é  mais um desafio que o Brasil tem pela frente. Pesquisa da FGV indica  que apenas 41% das empresas consultadas pretendem fazer algum  investimento em 2015. Por outro lado, segundo a mesma pesquisa, 25%  empresas pretendem diminuir seus quadros de trabalhadores até o final de  fevereiro. A intenção de demitir atinge principalmente seis setores:  material de transporte, têxtil, minerais não metálicos, produtos  farmacêuticos e veterinários, material elétrico e de comunicações e  alimentos.
A perspectiva de desemprego e a alta constante nos  juros contribuem para a queda do consumo, o que pode retardar o  crescimento econômico.
A retomada da produção industrial pode ser  um dos motores de arranque da nova economia, pois além de ser geradora  de empregos, fortalece as cadeias produtivas e atrai novos serviços aos  locais onde são instaladas. Cabe agora saber em que direção vai o  governo: do crescimento sustentável ou da politicagem partidária.
Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp - Distrital Leste) (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp. Também é vice-presidente do SICETEL - Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos.
 
        
            
        
            
        
        
            
                
    
        
             
        
            
        
        
            
     
        
                
            
        
        
        
        
             
        
            
        
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