Jornal do Commercio
O gerente-executivo de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli Filho, afirmou ontem que uma possível interligação entre os blocos da camada pré-sal da Bacia de Santos, onde a estatal anunciou recentemente grandes descobertas, será conhecida apenas com novas perfurações nas fronteiras entre as áreas. Para isso, a companhia depende da entrada em operação de novas sondas, o que deverá ocorrer até o final deste ano.
Se comprovada a interligação entre os blocos do pré-sal da Bacia de Santos, Formigli explicou que os consórcios responsáveis pela exploração de cada bloco levarão a questão à Agência Nacional do Petróleo (ANP). Neste caso, seria realizada a chamada unitização dos blocos, procedimento previsto na legislação brasileira e pelo qual se define quanto do petróleo cada empresa concessionária tem direito da reserva comum.
O executivo lembrou, no entanto, que não seria a primeira vez que o processo é realizado no Brasil. O procedimento foi realizado no passado em áreas terrestre no Nordeste e está sendo atualmente conduzido na área de Camarupim, no Espírito Santo. "Perfuramos um poço para comprovar qual era a extensão que ficava em cada um dos dois. Negociamos e vamos colocar a plataforma Cidade de São Mateus nessa área, no final desse ano", disse.
Formigli afirmou que uma possível unitização não atrapalharia o cronograma da companhia. Sobre o campo de Jubarte, na Bacia de Campos, que será o primeiro da área pré-sal a entrar em operação, o executivo disse que a companhia não divulgará projeções enquanto novos poços não forem perfurados. O início da produção foi antecipado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira, durante reunião de chefes de estado do Mercosul.
O gerente frisou, no entanto, que o potencial da região é inferior ao da Bacia de Santos, o que foi constatado pelas condições de espessura de sal e de reservatório. Formigli participou ontem de seminário promovido pelo BNDES. Durante sua apresentação, afirmou que a produção no campo de Tupi, no pré-sal de Santos, seria economicamente viável mesmo que o barril de petróleo fosse negociado a US$ 35, muito abaixo dos US$ 144 registrados ontem na Bolsa de Nova York.
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