O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Ben Bernanke, apontou ontem para os riscos da alta recente dos preços do petróleo, e das demais commodities, para a economia americana.
"O mais provável obstáculo é a alta recente dos preços das commodities, que podem levar, ao menos temporariamente e de forma modesta, a um incremento da inflação ao consumidor nos EUA", afirmou ele, durante testemunho ao Congresso americano.
Em janeiro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) variou 0,4%, mesmo valor registrado em dezembro, após revisão do dado preliminar. O indicador foi influenciado pelo custo dos itens: óleo combustível (alta de 6,8%), energia (4,0%) e gasolina (3,5%).
O titular do "Fed" ainda manifestou confiança que o crescimento econômico deve acelerar neste ano, mas num ritmo insuficiente para rebaixar de forma rápida a taxa de desemprego, na casa dos 9% atualmente. Essa taxa já esteve em torno de 10%, mas Bernanke admitiu que vai levar "vários anos" até que essa taxa volte para seus níveis regulares, em torno de 6%. Ele também defendeu o programa de "relaxamento monetário" (quantitative easing), que visa injetar centenas de bilhões no sistema financeiro até junho. O plano recebeu críticas dos republicanos, entre outros, por ter efeitos inflacionárias e alimentar a especulação no mercado financeiro. Bernanke afirmou que esse programa ainda é necessário para "energizar" a economia e reduzir o desemprego.