Energias alternativas

Países vão ampliar uso de energias renováveis

Durante a Conferência Internacional para as Energias Renováveis, encerrada na sexta-feira (04/06), em Bonn, Alemanha, o financiamento a grandes hidrelétricas não foi resolvido, como esperava o governo brasileiro, mas um expressivo número de anúncios oficiais, como os feitos por China e França

Valor Econômico
07/06/2004 03:00
Visualizações: 722 (0) (0) (0) (0)

A Conferência Internacional para as Energias Renováveis, encerrada na sexta-feira na cidade de Bonn, na Alemanha, pode ter representado ao Brasil a abertura de novas oportunidades de negócio. O financiamento a grandes hidrelétricas não foi resolvido, como esperava o governo brasileiro, mas um expressivo número de anúncios oficiais, como os feitos por China e França, aumentam o potencial do mercado de biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel.
Na sexta-feira, a declaração política da conferência foi endossada pelas 154 delegações presentes, o que coloca em ação um compromisso dos governos de acelerarem investimentos em energias renováveis, como eólica, solar e biomassa. Junto, foi acertado um programa internacional de ações, onde estão as medidas concretas.
O anúncio chinês de que, em breve, aprovará uma legislação que estabelece uma meta de 10% de fontes alternativas em sua matriz energética até 2010, chamou atenção. Hoje, os combustíveis fósseis, principalmente o carvão, representam a maior fatia na matriz chinesa. A meta significa a entrada de 60 mil megawatts de potência com energia renovável no fornecimento de eletricidade
Legislação semelhante foi anunciada pela França. A União Européia já possui a meta de atingir 12% de renováveis em 2010. Por isso, o governo francês legaliza o alvo como forma de acelerar os investimentos. O mesmo faz a Grã-Bretanha para que possa atingir uma meta de 15,4% em 2015.
"Isso vai mudar todo o mercado, porque todos terão que correr para atingir as metas. Não se falará mais tanto de açúcar, mas sim de biocombustíveis e biomassa", afirma a consultora da Associação Brasileira da Indústria de Etanol e Açúcar (Unica), Laura Tetti.
A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que chefiou a delegação brasileira, compartilha da opinião de que se abrem chances de negócios, mas lamentou que a declaração política de Bonn não tenha garantido maiores exportações dos biocombustíveis aos mercados dos países desenvolvidos.
Hoje, Estados Unidos e Europa protegem seus fabricantes de etanol à base de milho e tubérculos. Contudo, uma das conquistas brasileiras no texto final de Bonn foi a inclusão dos biocombustíveis (além do etanol, o biodiesel) na categoria de energias renováveis Segundo Dilma, as exportações dos automóveis desenvolvidos no Brasil, que tanto podem usar gasolina como etanol, mostram grande potencial. Uma montadora, conta ela, já estima produzir 500 mil veículos bi-combustíveis em 2005.
Mesmo com a atuação em biocombustíveis, a delegação do Brasil foi muito criticada. Organizações não-governamentais (ONG`s), como Greenpeace e Vitae Civilis, dizem que o país perdeu sua liderança na tema das renováveis ao defender, na conferência, a prioridade das grandes hidrelétricas em sua matriz energética.
Por força dos países africanos, da China e do Brasil, as hidrelétricas acabaram por entrar como variável de energia renovável na declaração política de Bonn. "Não podíamos aceitar a conclusão de que barragens com mais de 3 milhões de metros cúbicos não são renováveis", disse Dilma.
Um compromisso claro de financiamento às grandes hidrelétricas, como queria o Brasil, contudo, não foi firmado. Dilma pediu ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, que a instituição voltasse a financiar grandes usinas. Ele, no entanto, afirmou que os empréstimos seguem parados enquanto não forem resolvidas, no Brasil, questões sociais e ambientais em grandes barragens

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reconhecimento
Posidonia conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro GHG...
09/06/25
Nota
IBP alerta governo federal: aumento na alíquota de Parti...
09/06/25
Etanol
Anidro cai 3,65% e hidratado recua 2,33% na quarta seman...
09/06/25
Parceria
BRAVA Energia anuncia parceria e venda de 50% de infraes...
06/06/25
Negócio
Vallourec finaliza a aquisição da Thermotite do Brasil
06/06/25
Apoio Offshore
CBO fecha 2024 com expansão da frota, avanços em sustent...
06/06/25
Etanol
ORPLANA promove encontros com associações para esclarece...
06/06/25
Firjan
Receitas do petróleo não suportam mais taxas e inseguran...
06/06/25
Gás Natural
TBG reduz tarifas do Gasbol em até 28%
06/06/25
Hidrogênio
Vallourec obtém qualificação de sua solução de armazenam...
06/06/25
Amazônia
FGV Energia e Petrobras firmam parceria para geração de ...
06/06/25
Transição Energética
BNDES, Petrobras e Finep lançam edital para FIP em trans...
05/06/25
Pré-Sal
Shell aumentará participação no projeto operado de Gato ...
05/06/25
Biometano
Grupo de trabalho da ANP conclui estudos sobre regulamen...
05/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Inovação no DNA: Como a Comquality vem revolucionando o ...
04/06/25
Bahia Oil & Gas Energy 2025
Oil States marca presença na Bahia Oil & Gas Energy 2025...
04/06/25
Oferta Permanente
Edital do leilão da Oferta Permanente e marco do Licenci...
04/06/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe Oil & Gas 2025 é lançado com foco em inovação e ...
04/06/25
Meio Ambiente
Supergasbras amplia ações que reduzem as emissões de CO₂...
04/06/25
Campos Marginais
Medidas Fiscais com Impacto Desproporcional às Operadora...
04/06/25
Biometano
Gasmig abre chamada pública para aquisição de biometano ...
03/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22