Valor Econômico
Um estudo publicado pela consultoria McKinsey sugere que os EUA poderiam conter de forma significativa a expansão do seu consumo de energia se a população e as empresas adotassem medidas simples de economia doméstica, substituíssem aparelhos obsoletos e usassem novos materiais de construção.
De acordo com o estudo, investimentos de US$ 520 bilhões seriam suficientes para diminuir em 23% o consumo de energia nos EUA na próxima década, gerando uma economia estimada em US$ 1,2 trilhão para o país. Funcionários do governo, grupos ambientalistas e representantes da indústria participaram do estudo da McKinsey.
O consumo de energia nos EUA é elevado mesmo se comparado com o de outros países avançados. Cada americano consome em média 1,1 mil kilowatt-horas de eletricidade por mês, quase o dobro do consumo per capita no Japão e na Alemanha, conforme a Agência Internacional de Energia (AIE).
Segundo o Departamento de Energia dos EUA, o consumo residencial de eletricidade cresceu 23% na última década e deverá continuar aumentando nos próximos anos, por causa do crescimento da população, da introdução de novos eletrodomésticos e do uso mais intenso de aparelhos de ar condicionado nas regiões de clima mais quente do país, para onde muita gente se mudou nos últimos anos.
Promover o uso mais eficiente da energia é difícil por diversos motivos. Várias mudanças recomendadas pelos especialistas custam dinheiro e não é fácil achar quem aceite pagar a conta. Os custos estimados pelo estudo da McKinsey equivalem a mais ou menos cinco vezes o que os EUA gastam com programas de eficiência energética hoje em dia.
Casas construídas de acordo com padrões mais rigorosos para garantir o isolamento térmico e reduzir o gasto de energia podem ter seus custos encarecidos em mais de US$ 2 mil, segundo as construtoras. Muitos governos estaduais evitam impor normas mais exigentes às construtoras, porque elas teriam dificuldades para convencer as pessoas a pagar mais caro pelas melhorias.
Tentar mudar os hábitos dos americanos pode ser arriscado politicamente, como o presidente Barack Obama aprendeu cedo. Na campanha eleitoral do ano passado, ele sugeriu que as pessoas calibrassem os pneus dos carros para economizar gasolina. É uma providência banal que de fato pode proporcionar ganhos significativos, mas a proposta de Obama foi tratada como piada durante várias semanas.
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