Auto-suficiência

P-50 será acionada nesta sexta-feira

Com o início de operação da P-50, a produção nacional de petróleo alcançará o volume de 1,9 milhão de barris por dia, 100 mil barris diários acima de capacidade de refino e consumo no país. A cerimônia de acionamento contará com a presença do presidente da República, Luís Inácio Lul

Redação
20/04/2006 03:00
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A Petrobras vai atingir a auto-suficiência em petróleo nos primeiros meses de 2006, a partir do início de operação da plataforma P-50. Para manter a conquista, a estatal planeja investir quase R$ 60 bilhões nos próximos cinco anos em projetos de sustentabilidade à auto-suficiência. O plano de negócios da empresa para o período somam US$ 56,4 bilhões, dos quais US$ 49,3 bilhões serão aplicados no país.

A plataforma da auto-suficiência começa a operar a partir desta sexta-feira (21/04), no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos. O acionamento da P-50 contará com a presença do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, que, em novembro de 2005, já havia comparecido à inauguração da embarcação, no Rio de Janeiro.

O conceito de auto-suficiência adotado pela Petrobras é de que o volume de petróleo produzido nos campos nacionais seja igual ou superior ao que pode ser processado nas refinarias do país para atender à demanda do mercado brasileiro. Com a entrada em operação da P-50, que tem capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia, a produção nacional alcançará o volume de 1,9 milhão de barris diários, em 2006. O volume de produção será, portanto, de 100 mil barris acima da capacidade atual de refino e consumo nacional, ambos de cerca de 1,8 milhão de barris/dia.

Segundo destaca a empresa, a tendência para os próximos anos é de que o volume de produção cresça mais do que o consumo. A estimativa divulgada pela Petrobras é de que em 2010, companhia esteja produzindo 2,3 milhões de barris diários, enquanto o consumo deverá ser de 2 milhões de barris diários.

Em nota, a assessoria da estatal reitera a afirmação que já havia sido divulgada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, de que "a auto-suficiência vai resguardar o consumidor brasileiro nos momentos de elevada volatilidade dos preços internacionais do petróleo e que as flutuações do mercado poderão ser administradas com menor pressão".

Na análise da companhia, esta situação confortável de equilíbrio no setor energético é privilégio de poucos países industrializados no mundo. "A estabilidade energética melhora a percepção global do país e da Petrobras com reflexos positivos para maior participação da empresa no mercado global e na obtenção de financiamentos mais adequados", se lê no comunicado.

Para o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, a auto-suficiência não é apenas uma conqusita econômica. "Na verdade, a Petrobras foi criada para isto. A grande missão da companhia, idealizada nos movimentos populares, era produzir petróleo para o Brasil", ressalta o executivo, que também acrescenta: "Para mim, é mais do que o aspecto comercial, é uma questão de dever cumprido, com toda a competência, criatividade e emprenho dos brasileiros".

Para garantir a auto-suficiência sustentável a Petrobras vai investir US$ 49,3 bilhões no Brasil até 2010. Nestes investimentos estão incluídos 36 projetos de grande porte no setor de E&P até 2010. Apenas em 2006, além da P-50, ainda serão acionadas as plataformas P-34, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, com produção de 60 mil barris/dia, e a SSP-300, no campo de Piranema, em Sergipe, com capacidade de produzir 20 mil barris/dia de óleo leve. Este ano também foi iniciada a estruturação da fase I de produção no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo, com o afretamento do FPSO Capixaba.

Em 2007, os projetos exploratórios da Petrobras são: RJS-409 Campo de Espadarte, 100 mil barris/dia, na Bacia de Campos; Golfinho fase II, 100 mil barris/dia, no campo de Golfinho, na Bacia do Espírito Santo; e P-52 e P-54 ambas com capacidade de produção de  180 mil barris/dia e destinadas ao campo de Roncador, na Bacia de Campos.

Em 2008, os projetos são: P-51, 180 mil barris/dia, no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos e P-53, 180 mil barris/dia, no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos.

Em 2009: Campo de Frade, 100 mil barris/dia, na Bacia de Campos e Golfinho (EES-156), produção a ser definida, na Bacia do Espírito Santo.

Em 2010: Golfinho FPSO 3, em fase de definição; P-57, 180 mil barris/dia, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos; P-55, 180 mil barris/dia, no campo de Roncador, na Bacia de Campos e fase complementar no Campo de Albacora, com produção a ser definida, na Bacia de Campos.

A empresa destaca, ainda, que para além de 2010, já dispõe de um portfólio de blocos exploratórios em terra e no mar, em todas as bacias sedimentares brasileiras.

A plataforma da auto-suficiência

A P-50 é a plataforma com maior capacidade de produção do Brasil: 180 mil barris diários. Além disso, ela é capaz de comprimir 6 milhões de m³ de gás natural e de amarzenar 1,6 milhões de barris de petróleo.

O custo total de sua construção foi de US$ 634 milhões e o conteúdo nacional foi de apenas 35%, uma vez que a contratação foi feita em 2002, quando não havia a exigência de nacionalização mínima. A plataforma foi convertida em Cingapura, no estaleiro Jurong, a partir do casco do petroleiro Felipe Camarão, da frota da Petrobras. No Brasil foram construídos os módulos superiores e foi feita sua integração.

A P-50 está instalada no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, localizado a 120 km do litoral a partir do Cabo de São Tomé (RJ), ocupando uma área de 141 km², onde a profundidade varia de 800 a 2 mil metros.

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