BNamericas
O regulador energético peruano, Osinerg, contratará uma consultora internacional para realizar uma revisão de emergência no duto de líqüidos de gás natural (LGN) do projeto Camisea operado pela TGP, após quatro derramamentos nos últimos 15 meses, informou o Ministério das Minas e Energia em um comunicado.
O Osinerg poderia multar a TGP, forçar a companhia a adotar certas medidas ou inclusive revogar sua licença de concessão, disse a BNamericas o assessor da carteira Mario Nicolini.
Segundo comentou o executivo, a TGP poderia receber uma multa e, ainda pior, poderia perdeu sua concessão. Essa é uma possibilidade remota, mas uma possibilidade.
Espera-se que a Osinerg escolha a consultora que realizará a revisão dentro de duas semanas e os resultaos od estudo estariam disponíveis em 8 ou 10 meses, se lê no comunicado.
A Osinerg decidirá sobre as sanções que se aplicará contra a TGP baseando-se nos resultados da revisão, comentou Nicolini.
No entanto, a TGP planeja investir entre US$20 milhões e US$ 30 milhões em melhorias como um sistema para detectar falhas no gasoduto, além da instalação de estações ao lonto deste para responder rapidamente às emergências e instalar mais válvulas, destacou o gerente geral da TGP, Alejandro Segret, no comunicado.
Em novembro, uma fonte do governo peruano disse a BNamercias que os problemas no gasoduto Camisea poderiam ser devidos a que o consórcio TGP haja usado materiais de baixa qualidade para reduzir os custos da construção do duto, mas Segret negou esta acusação, informando que os deslisamentos de terra foram a principal causa dos incidentes.
O ministério tirou gravidade aos quatro incidentes no gasoduto Camisea, manifestando que esses derramamentos são normais nos primeiros dois anos de operações de um novo duto. "Logo se estabilizam e posteriormente, até o final da vida útil do duto, quando começa a ocorrer corrosão e deterioramente nos materiais, os incidentes ocorrem novamente", se lê no comunidado.
No entanto, os habitantes locais estão perdendo a paciência com a TGP e a freqüência dos acidentes. O último derramamento ocorrido em 24 de novembro em um sub-afluente do rio Urubamba na reserva Machiguenga, liberou cerca de 6 mil barris de líqüidos, informou em um comunicado a organização não governamental (ONG) Amazon Watch.
Como resultado, os indígenas Machiguenga bloquearam o rio Urubamba por vários dias para impedir a construção da segunda etapa do projeto, se lê no comunicado.
Funcionários do Ministério de Energia e Minas encabeçados pelo vice-ministro da pasta, Juan Miguel Cayo, viajaram a Bajo Urubamba no domingo em uma tentativa de negociar com os manifestantes, comentou Nicolini.
O consórcio TGP é liderado pela firma argentina de construção Techint, que tem uma participação de 23,4%. Outros sócios são a argentina Pluspetrol e a norte-americana Hunt (22,2% cada uma), a sul-coreana SK e a argelina Sonatrach (11,1% cada uma), a belga Tractebel (8%) e a construtora peruana Grana y Montero (2%).
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