Redação TN Petróleo/Assessoria
A indústria de energia tem enfrentado profundas mudanças nos últimos anos e ainda mais em 2020. Particularmente para a indústria de petróleo e gás, o último ano tem sido complicado: declínio drástico na demanda pela pandemia da Covid-19, o impulso para os renováveis, a queda considerável do preço do petróleo globalmente, entre outros fatores. Tudo isso levou a indústria a uma mudança de paradigma necessária, segundo especialistas que participaram do fórum de Óleo & Gás, durante a Automation Fair at Home 2020, da Rockwell Automation.
Essa mudança de paradigma deve ser baseada na adaptabilidade. Os líderes petrolíferos do futuro devem ter uma visão muito maior do que seus antecessores, pois a escala das mudanças atinge áreas de situação social, histórica e planetária.
"Agora temos um conceito, a 'Intensidade Industrial', que representa a pegada total da indústria, não só da física, mas ambiental e social. Então, do ponto de vista da liderança, esperamos uma visão muito mais ampla para identificar qual tecnologia pode resolver esse complicado balanço patrimonial", disse Fred Wasden, membro-gerente da OptilytiX LLC, durante sua participação no painel " Operações de Petróleo e Gás: Tendências de Automação Digital para Melhorar a Eficiência Operacional".
Para ele, "A mudança de paradigma é clara, a tecnologia deve focar menos na inventividade e mais na adaptabilidade. Os líderes petrolíferos do futuro enfrentarão esse desafio." Nesse sentido, a abordagem Ambiental, Social e Governança da ESG estabeleceu um caminho para as empresas fazerem a transição.
"Do ponto de vista tecnológico, vemos uma enorme aceleração na qualidade dos sensores, automação de processos, inclusão de inteligência artificial e sistemas autônomos ou de auto aprendizado. E tudo isso nos leva a melhorar as operações. No entanto, tudo isso não é suficiente, devemos mudar a maneira como produzimos", disse Andy Weatherhead, CTO da Sensia.
Por sua vez, Chetan Desai, vice-presidente de tecnologia digital da Schlumberger, acrescentou que, embora haja uma aceleração acentuada na indústria de digitalizar e automatizar processos, o desafio não é mais o acesso a essa tecnologia, mas seu propósito. "O desafio de hoje é conectar todo esse segmento tecnológico para maximizar o ciclo de vida dos ativos. Como exemplo o ativo de hidrocarbonetos. É necessário acompanhar da criação ao último dia, e maximizando sua eficiência ao longo de seu ciclo de vida, desde o design, planejamento até desempenho e produção."
"Essa coesão e integração da tecnologia tanto na cadeia operacional quanto na cadeia de trabalho, oferecerá aos operadores a adaptabilidade necessária para enfrentar essa série de mudanças", acrescentou durante sua intervenção no fórum, organizada pela Rockwell Automation, em uma modalidade totalmente digital, trazendo mais de 36 mil inscritos para o evento.
Nesse sentido, tecnologias como a gêmea digital oferecem às operadoras controle superlativo sobre o desempenho dos ativos, que, por outro lado, na indústria petrolífera ocupam um espaço físico óbvio. Criar um gêmeo digital que acompanha o desempenho do equipamento em tempo real propõe aos operadores informações vitais que maximizam a segurança e ampliam o ciclo de vida dos ativos.
"À medida que o ativo muda através de seu ciclo de vida vários questionamentos devem ser feitos, por exemplo: muda o mercado ao seu redor? Queremos fazer algo diferente com ele? Como nos adaptamos? Como operamos com segurança? Como protegemos as pessoas que trabalham nele e como cuidamos do meio ambiente ao seu redor?", disse Dave Hedge, arquiteto de computação e especialista em TI da ExxonMobil.
Ele concluiu: "Ao unir a parte digital com o trabalho em equipe em toda a indústria, devemos pensar como um todo e entender o que a mudança que enfrentamos realmente significa. Se alcançada, a tecnologia digital desempenhará um papel fundamental na adaptabilidade da nossa indústria."
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