<P>Alfândega avalia que, com a suspensão da greve dos auditores fiscais, ontem, a liberação de cargas no Porto de Santos volte ao normal em duas semanas, caso não haja mais interrupções do serviço no período. Para o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp),...
A TribunaAlfândega avalia que, com a suspensão da greve dos auditores fiscais, ontem, a liberação de cargas no Porto de Santos volte ao normal em duas semanas, caso não haja mais interrupções do serviço no período. Para o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Ronaldo Souza Forte, esse tempo pode se estender por até dois meses.
Ontem, todos os servidores da Aduana santista retomaram os trabalhos no cais em esquema de operação padrão. Até então, apenas 30% do efetivo estava atuando para liberar prioritariamente cargas essenciais, como perecíveis e remédios.
‘‘Melhorar, melhorou. Mas não resolveu’’, comentou Forte, ontem. ‘‘Vamos precisar no mínino de um a dois meses para voltar ao normal’’, estimou ele, referindo-se à quantidade de contêineres represados no cais santista.
De acordo com Forte, havia, até quarta-feira, cerca de 140 mil cofres parados no complexo. A Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) estimou, no início da semana, o volume em 150 mil contêineres. Na última terça-feira, durante a reunião do Comitê de Logítica da Codesp, os terminais de contêineres admitiram estar totalmente lotados para receber carga de importação. Já os pátios destinados a armazenar mercadorias de exportação estavam com 90% de ocupação.
PADRÃO
Com a operação padrão, os fiscais irão cumprir à risca o procedimento de fiscalização, o que pode significar mais demora na liberação das cargas. Segundo o presidente da unidade local do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Wellington Clemente Feijó, a operação padrão é o retorno de todos os fiscais ao trabalho, mas com a manutenção do estado de mobilização.
‘‘Na operação padrão podemos trabalhar no parâmetro mínimo (abrir a quantidade prevista em lei, diferente para cada tipo de carga) ou no máximo (quando são abertos todos os contêineres). Nesse momento, vamos trabalhar no parâmetro mínimo, em respeito à sociedade, para amenizar a crise’’, disse Feijó.
A razão para retornar ao trabalho é clara. ‘‘(A greve) chegou num estágio que nós prevíamos, devido à essencialidade do cargo do fiscal. Nós estamos retomando o trabalho para que não se instale o caos, mas continuamos a exigir do Governo Federal a equiparação salarial’’, afirmou Feijó, referindo-se a salários de outros cargos essenciais à União, como o de delegado, cujos vencimentos totalizam R$ 18 mil. O piso do auditor fiscal é de R$ 10 mil.
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