Afirmação foi de Hermes Chipp.
Valor Econômico
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, negou nesta terça-feira que o órgão tenha sugerido à presidente Dilma Rousseff um corte imediato no abastecimento de energia. "Não temos nenhuma indicação, no momento, para propor racionalização ou racionamento de energia elétrica", afirmou Chipp ao Valor.
Na edição de hoje, o Valor informa que técnicos do ONS defendem nos bastidores um corte imediato de 3 mil a 4 mil megawatts (MW) médios da carga diária de eletricidade. Isso corresponde a um montante de energia entre 4% e 6% do sistema interligado nacional.
Segundo os técnicos, essa medida seria capaz de elevar o nível dos reservatórios de oito a dez pontos percentuais ao término do período seco (fim de novembro), que começa agora. Nas represas do Sudeste e do Centro-Oeste, que formam a principal caixa d'água do país, o índice de armazenamento está hoje em 38,1% da capacidade máxima - o menor nível desde o racionamento de 2001.
De acordo com Chipp, a previsão de afluências para os próximos meses e a estratégia já adotada pelo ONS para preservar o estoque de água acumulado nos reservatórios garantem um risco de déficit de energia inferior a 5% no restante de 2014 e em 2015.
O diretor-geral admitiu que "todos os cenários são contemplados" e "avaliações técnicas podem ter vazado". "Não tenho controle sobre isso, mas sou eu quem respondo pelo órgão e eu nunca sugeri isso [um corte imediato de carga], até pela sua complexidade", afirmou.
O executivo disse ainda só uma "queda brusca" da afluência esperada poderia complicar o cenário. Segundo ele, o ONS não tem motivo para evitar discussões em torno da necessidade de redução do consumo de energia e não se furtará em sugerir um racionamento, se for o caso. "Quando acharmos que não tem mais jeito, por causa da oferta, não teremos problema nenhum em sugerir. Hoje não temos motivos claros para propor algo do gênero".
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