Redação/Assessoria
O Gás Natural Veicular, mais conhecido como GNV, é utilizado no Brasil como combustível para veículos desde a década de 1990. De lá para cá já foram mais de 2,4 milhões de veículos convertidos e/ou adquiridos com o sistema GNV “de fábrica”. Nessa última condição tivemos Siena e Grand Siena (Fiat) e o Astra (GM). Alguns outros projetos aftermarket, onde o Kit GNV era instalado fora da montadora, mas com a manutenção da garantia de fábrica, também foram idealizados no passado, como foi o caso da Ranger (Ford), Santana e Kombi (VW). Atualmente nenhuma montadora de veículos leves produz veículos com sistema GNV “de fábrica”. Essa opção só é oferecida pela Scania, para os caminhões movidos a GNC (Gás Natural Comprimido) ou GNL (Gás Natural Liquefeito). No entanto, a Fiat oferece uma versão do Grand Siena 2020 com a predisposição para a conversão ao GNV, mantendo a garantia de fábrica e fornecendo um suplemento que orienta sobre a forma correta de realizar a conversão. Já a Toyota, em parceria com a sua rede de concessionárias e com a Fabricante de Kits Landirenzo, oferece o Toyota Etios, em algumas concessionárias no Sul, Sudeste e no Nordeste do país, já convertido para o GNV, onde também é mantida a garantia de fábrica do veículo convertido.
Mesmo após passados quase 30 anos de GNV como opção de combustível automotivo, muitos motoristas ainda têm dúvidas sobre a conversão dos veículos para o GNV. Um dos principais “MITOS” ainda é em relação ao desgaste do motor e seus componentes.
Segundo Reginaldo Maia, Supervisor Técnico da Landirenzo Brasil, com mais de 20 anos de experiência em sistemas de GNV, antes de instalar o kit em um veículo, o técnico da oficina deve considerar a tecnologia embarcada no próprio veículo.
A instalação de tecnologias GNV anteriores (2ª ou 3ª Gerações) em veículos mais modernos (de 2007 em diante) podem realmente acarretar danos nos cabeçotes dos motores (nas válvulas de escape e sedes de válvulas). Além disso, o sistema GNV precisa ser montado por oficina competente e, como qualquer outra parte de um veículo, deve seguir umas manutenções periódicas preventivas.
Se o Kit GNV tem tecnologia compatível com o veículo, é de procedência conhecida, se a instalação for realizada em uma Oficina Convertedora homologada pelo INMETRO e se forem realizadas as manutenções preventivas indicadas no manual do fabricante, o desgaste adicional causado pelo uso do GNV é mínimo.
Há casos conhecidos de motores que rodaram mais de 300 mil quilômetros no GNV, sem que se apresentasse nenhum desgaste adicional, em relação a um veículo que rodou essa mesma quilometragem com os combustíveis líquidos (Etanol e Gasolina), completa Reginaldo.
Como já dito anteriormente, com a evolução dos motores do ciclo Otto e dos sistemas de alimentação de combustível, onde saímos da “era do carburador” para “era da injeção direta” e dos “motores turbo”, além da larga escala de produção da motorização flex (motores concebidos para rodar com gasolina e etanol em qualquer proporção), os Kits GNV também passaram por grandes mudanças. Entre essas mudanças está a introdução de uma Central de Injeção eletrônica multiponto dedicada, que controla a injeção de Gás Natural em pressão positiva, individualmente, em cada cilindro do veículo, por meio de bicos injetores próprios do sistema GNV. É papel dessa central também gerenciar a relação gás/ar/combustível líquido e, caso necessário, adicionar combustível líquido em altas rotações e quando o motor não está pré-aquecido, no caso das partidas. Outra inovação, que trouxe uma melhora significativa para os usuários, foi colocação de um filtro de GNV, o que garante a injeção de um combustível sempre limpo, no coletor de admissão, no caso dos motores de injeção multiponto, ou na câmara de combustão, se estivermos falando de motores de injeção direta. Dessa forma, a queima do gás dar-se-á de forma homogênea, entregando o máximo de potência ao motor, reduzindo também a emissão dos gases nocivos que saem pelo escapamento do veículo.
Apesar do objetivo principal do artigo ser “A evolução tecnológica dos kits GNV”, e, esclarecer mais um “MITO” – de que o GNV estraga o motor do carro, não podemos esquecer-nos de apresentar demais atributos desse combustível alternativo, mais econômico e sustentável, que vem ganhando cada vez mais adeptos, principalmente entre os taxistas, motoristas de aplicativos e frotistas, categorias com alto perfil de rodagem.
Economia
Só o GNV confere ao usuário uma economia de até 50% no custo do km rodado, em relação os combustíveis líquidos (Gasolina e/ou Etanol). Em termos comparativos – Eficiência Energética – 1 m³ de GNV rende até 50% a mais do que 1 litro de etanol e até 30% a mais do que 1 litro de Gasolina. A Gasmig disponibiliza um simulador on line, onde o próprio usuário pode inserir os dados de consumo de seu veículo e os preços dos combustíveis praticados em sua cidade, para realizar a simulação com o seu perfil de rodagem:
http://www.gasmig.com.br/NossosServicos/Veicular/Paginas/SimuladorDeEconomiaGNV.aspx
ISENÇÃO DE IPVA PARA VEÍCULOS FABRICADOS COM GNV E/OU PREDISPOSIÇÃO: O Governo de Minas Gerais concede isenção de IPVA, no primeiro ano, para os veículos zero km, com o kit GNV instalado “de fábrica” e/ou predisposição para GNV, fabricados no Estado. Atualmente o Grand Siena GNV é contemplado por esse benefício, mas todos os demais veículos que vierem com essa predisposição e ou o kit GNV instalado “de fábrica” também serão contemplados.
SUSTENTABILIDADE: Além do viés econômico do GNV, podemos destacar que GNV também é menos poluente, pois apresenta uma redução média de 20% nas emissões de CO2, quando comparado ao diesel e à gasolina. Nos veículos pesados, a redução de material particulado chega a ser de até 96% em relação ao Diesel.
QUALIDADE DO PRODUTO: Outra vantagem do GNV, frente aos seus principais concorrentes (Etanol e Gasolina), é não poder ser adulterado nem furtado. Em Minas Gerais o seu fornecimento é contínuo 24 horas por dia, 7 dias por semana, com a distribuição realizada pela Companhia de Gás de Minas Gerais – Gasmig. Já a qualidade do produto “GNV” é garantida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.
VERSATILIDADE: Desde que o novo veículo, que irá receber o Kit GNV tenha o mesmo sistema de injeção de combustível do veículo anterior, o Kit GNV poderá ser reinstalado no outro veículo, sem problemas, substituindo apenas algumas peças de reposição de fixação, cabos e tubulações de alta e baixa pressão, além dos bicos injetores. Os cilindros de GNV têm validade de 20 anos, sendo necessária a realização de um reteste a cada 5 anos, a ser realizado por empresa homologada pelo INMETRO para essa finalidade.
SEGURANÇA: O GNV é mais leve que o ar e, em caso de vazamento, espalha-se rapidamente na atmosfera, reduzindo os riscos de explosão ou incêndio, ao contrário dos combustíveis líquidos (Gasolina, Etanol e Diesel). Portanto, é um combustível mais seguro, com temperatura de ignição superior à dos demais combustíveis automotivos.
Os cilindros GNV mais utilizados no Brasil são fabricados a partir dos tubos de aço-liga cromo molibdênio, sem costura e de alta resistência. Esses cilindros são submetidos a testes de balística, impacto, calor, hidrostático, entre outros, onde cada lote é identificado e aprovado.
A conversão só pode ser realizada por Oficinas Convertedoras especializadas, devidamente registradas pelo INMETRO. Além disso, toda conversão realizada passa por uma inspeção veicular em um dos Organismos de Inspeção Homologados também pelo INMETRO, e, por fim passam por uma vistoria no Órgão de Transito competente de cada Estado.
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