Mercado

O Brasil vive um superciclo do petróleo, diz coordenador da Firjan

Agência Brasil
12/08/2022 15:34
O Brasil vive um superciclo do petróleo, diz coordenador da Firjan Imagem: Divulgação Visualizações: 1218 (0) (0) (0) (0)

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lançou na quinta-feira (11), em sua sede, na capital fluminense, o Anuário do Petróleo no Rio 2022. O documento reúne informações qualificadas para pautar as empresas do setor em suas decisões de investimentos, bem como elaborarem seus planos de negócios no estado e no país.

Segundo o coordenador de conteúdo estratégico de petróleo, gás e naval da Firjan, Fernando Montera (foto), o Rio de Janeiro, maior estado produtor do país, acaba sendo o local que mais atrai a atenção dos investidores. A análise dos dados do primeiro semestre revela que foi o único que teve aumento significativo de produção.

Enquanto os estados tiveram queda estimada de 15% no total, o Rio de Janeiro aumentou a produção em 130 mil barris/dia, ampliada em 5,5% nos seis primeiros meses deste ano. No Brasil, o crescimento foi de 1,5%.

"Um aumento de produção suficiente para compensar a queda dos outros estados" — Fernando Montera

Alagoas também apresentou expansão na produção no semestre, embora mais modesta, de 400 barris diários. "Foi um aumento de produção suficiente para compensar a queda dos outros estados e, ainda, aumentar a produção total do país".

"O Brasil vive atualmente um superciclo do petróleo. O preço ultrapassa a faixa dos R$ 600, valor nunca antes visto no país. Isso reflete, em receita, em ações governamentais, em apetite de investimento", disse Montera à Agência Brasil.

Atividade exploratória
O anuário ressalta a queda na atividade exploratória offshore (no mar). Em comparação a dados de 2012 e 2022, ocorreu redução de 90% na perfuração de poços para fins exploratórios, que estão buscando novas reservas de óleo, indicou o coordenador.

"Se a atividade reduz, isso compromete a reposição das reservas no longo prazo". Em 2012, a relação mostrava que as reservas podiam se sustentar por mais de 20 anos. Hoje, essa relação caiu para cerca de 13 anos. Montera comentou, porém, que um lado positivo da retração é que as áreas que estão sendo licitadas têm menor risco exploratório.

Carbono X petróleo
Os companhias petroleiras trabalham para descarbonizar os processos de produção. O país tem grande participação de energias renováveis, ou energias limpas, na matriz energética. Como a energia nacional é limpa, em grande parte, o fornecedor no Brasil e no Rio de Janeiro tem processo produtivo menos poluente do que a média mundial.

"No Brasil, você compra um produto que polui menos" --- Fernando Montera

"O Brasil emite seis vezes menos do que a China, 4,8 vezes menos que a Coreia do Sul e 4,6 vezes menos que a média mundial. Isso é um diferencial competitivo do fornecedor brasileiro e fluminense, que precisa ser destacado. É bom olhar para a capacidade competitiva que a gente tem e mostrar para o mundo que, no Brasil, você compra um produto que polui menos".

O coordenador ressaltou que as questões de governança ambiental, social e corporativa são direcionadoras dos investimentos atualmente.

Pré-sal
Além de ter grandes volumes de petróleo e gás, a região do pré-sal brasileiro é altamente produtiva. Outro fator positivo é que as empresas acabam demandando ali menos investimentos para produzir a mesma quantidade de óleo de outros campos.

De acordo com Fernando Montera, antes eram necessário de 10 a 15 poços para encher uma plataforma. Hoje, no pré-sal, com cinco poços já é possível atingir o máximo de capacidade de produção, porque são reservatórios com um nível de produtividade maior.

O pré-sal representa 75% da produção nacional de petróleo e o Rio de janeiro vem expandindo seu papel na produção nacional, chegando a 83% em 2022 e retomando patamar semelhante ao ano de 2010. A maioria das áreas exploratórias do pré-sal se encontra nos limites geográficos dos mares fluminenses.

Competitividade do petróleo
O presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano, defendeu a necessidade de se explicitar o diferencial competitivo do Brasil e do Rio de Janeiro.

"É preciso uma política de estado de longo prazo, que olhe para os diferenciais competitivos" --- Luiz Césio Caetano

"O petróleo que o Rio de Janeiro produz é de melhor qualidade, tem custo mais barato de produção, é mais produtivo, a indústria emite menos que outras localidades do mundo. A gente precisa ressaltar que é capaz de atender (a demanda), e de atrair mais investimentos. É preciso uma política de estado de longo prazo, que olhe para os diferenciais competitivos e consiga melhorar outras questões que não são ainda competitivas."

Caetano destacou ainda a necessidade de rever o modelo de partilha adotado atualmente no Brasil, retornando ao modelo anterior de concessão, para o caso de leilão de novas áreas exploratórias do pré-sal que exijam mais investimentos e não apresentem o mesmo nível de produtividade, é uma das ações que devem ser consideradas.

Também indicou a importância de fornecedores e demandantes conversarem para entender os gaps (lacunas) de competitividade que podem ser solucionados sem necessidade de atuação governamental. A Firjan tem um programa, denominado "Rede de Oportunidades Óleo, Gás e Naval", que tem esse objetivo.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Santa Catarina
Porto de Imbituba recebe maior navio de sua história
15/01/25
Logística
Transpetro visa expandir operações ship to ship no ES
13/01/25
Resultado
PPSA arrecada R$ 10,32 bilhões em 2024
10/01/25
Acordo
Porto do Açu e Yamna anunciam acordo de reserva de área ...
07/01/25
Internacional
API se opõe a mais restrições ao desenvolvimento de petr...
06/01/25
Seminário
Firjan: em 2025, estado do Rio continuará líder em produ...
03/01/25
Rio de Janeiro
Porto Sudeste se torna Local Port Service (LPS) e eleva ...
02/01/25
Gás Natural
PRIO inicia operação de comercializadora de gás
02/01/25
Indústria Naval
Nova Resolução sobre o Fundo da Marinha Mercante deve co...
02/01/25
E&P
Constellation anuncia extensão de contrato para a Atlant...
02/01/25
Brasil
Petrobras informa sobre nova Lei para o setor de óleo e gás
28/12/24
Apoio Offshore
OceanPact assina contrato de R$ 697 milhões com Petrobra...
21/12/24
Drilling
Constellation anuncia contrato de US$ 528 milhões com a ...
20/12/24
Rio de Janeiro
Porto de Itaguaí lança Sistema de Agendamento Rodoviário...
19/12/24
Canadá
CCBC abre escritório em Fortaleza para contribuir com a ...
19/12/24
Portos
Terminais de Uso Privado (TUPs) se destacam em ranking a...
16/12/24
Santa Catarina
Porto de Imbituba bate recorde operacional, aposta em pr...
16/12/24
Indústria Naval
Parlamentares garantem proteção e incentivos no PLP 68/2024
13/12/24
Internacional
Petrobras e Ecopetrol confirmam a maior descoberta de gá...
05/12/24
Evento
PPSA poderá arrecadar mais de R$ 500 bilhões com a comer...
05/12/24
Bacia de Campos
PRIO anuncia conclusão da aquisição de 40% do Campo de P...
05/12/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.