Mercosul

Novo gasoduto na América do Sul

Gazeta Mercantil
12/12/2005 02:00
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Venezuela, Argentina e Brasil iniciam estudos sobre interligação entre os três países. Os presidentes do Brasil, Argentina e Venezuela assinaram na sexta-feira um acordo para a construção de um gasoduto ligando os três países, que poderá ter de 8 mil a 10 mil quilômetros. Dentro de 30 dias deve ser formado um grupo de trabalho que iniciará os estudos do pré-projeto, e em 90 dias espera-se que se tenha informações suficientes para definir melhor a obra, afirmou o ministro brasileiro das Minas e Energia, Silas Rondeau. No que chamou de uma estimativa "grosseira", o valor da obra pode variar de US$ 10 bilhões a US$ 17 bilhões, acima das projeções iniciais de US$ 4 bilhões, e levaria cerca de cinco anos para ser implantada.

O gasoduto irá da região da bacia de Puerto Ordaz na Venezuela, onde há reservas de gás natural, e chegará até a Patagônia, na Argentina, passando pelo Brasil, onde deverá cruzar a região amazônica.

O ministro diz que esse trecho "é o único gargalo real" da obra e que será preciso encontrar uma solução para as questões ambiental e técnica. No entanto, não está prevista a participação de funcionários do Ministério do Meio Ambiente no grupo de trabalho do lado brasileiro.

Segundo Rondeau, esse ministério fará a fiscalização ambiental do projeto e seus técnicos, mesmo que convidados, não aceitariam participar do grupo. Farão parte, então, funcionários da pasta de Minas e Energia, da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e agentes do setor, afirmou.

Dados como o traçado da obra, potencial de mercado, preço da commodity para o consumidor e valor do projeto estão entre os pontos a serem definidos. Parte da definição da extensão da obra depende da definição de seus ramais.

Questionado por este jornal se o gargalo na Amazônia e disputas entre estados para receberem o projeto não atrasariam o cronograma, ele disse achar que não e que cinco anos é um cálculo conservador.

Integração - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "o gasoduto poderá ser a grande obra nos próximos 50 anos na América do Sul", e que se os países tiverem fôlego para implantar o projeto, garantirá a tranqüilidade energética da região. "Espero que o (Hugo) Chávez continue ganhando bastante dinheiro com o petróleo e invista parte nesse gasoduto", completou.

De acordo com Rondeau, o projeto do gasoduto é uma demanda dos presidentes, que têm a visão estratégica de integrar reservas de gás natural da região e facilitar que o produto seja comercializado dentro da própria América do Sul.

Segundo o ministro, a idéia é que os outros países sul-americanos participem do projeto, e que o combustível não seja fornecido apenas pela Venezuela, que será destaque entre os fornecedores, mas que se utilize as reservas de outras economias. A idéia é que o Peru também possa ser integrado e a Bolívia, completou, é um parceiro importante no projeto.

Trecho brasileiro - Do lado brasileiro, há a possibilidade de o gasoduto descer, por exemplo, pelo centro do país ou pela costa. A partir do Ceará até o Rio Grande do Sul, na área costeira, os gasodutos já existentes ou em implantação poderiam ser utilizados, talvez necessitando de aumento de capacidade. Seria um trecho de cerca de 5 mil quilômetros.

O financiamento da obra será arcado pelos países que farão parte do projeto, mas não se entrou em detalhes sobre como se daria. Rondeau, disse, por exemplo, que se poderia pedir recursos para organismos como a Corporação Andina de Fomento (CAF), órgão multilateral de crédito para projetos de integração sul-americana.

Mais acordos - O Brasil assinou mais três acordos na área energética. Um deles é com a Argentina. O país vizinho fornece gás na fronteira com Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O contrato de sexta-feira é um adendo a um de 2,5 milhões de metros cúbicos ao dia, e garante o fornecimento mínimo de metade desse volume. Por questões energéticas internas, houve momentos em que a Argentina reduziu seu fornecimento.

Um outro acerto foi feito com a Venezuela, sobre energia elétrica, para que se crie um grupo de trabalho para integração das bacias do rio Amazonas e do Caroni. O objetivo é estudar uma interligação na região por meio de sistemas de transmissão que transportem a energia produzida nas hidrelétricas existentes e nas futuras.

E os países da América do Sul também assinaram um documento para haver maior complementariedade em gás, petróleo e energia elétrica.

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