Em cerca de 10 dias, o Porto de Santos poderá receber navios com calados (a distância entre a linha d´água e o fundo da embarcação) maiores do que os permitidos atualmente. Na prática, isso significa que os cargueiros que escalarão no complexo poderão movimentar mais produtos por viagem, reduzindo o custo logístico das mercadorias operadas na região.
Isso ocorrerá pois, até o início do próximo mês, deve ser homologada a nova profundidade da entrada do porto, 14,9 metros. Hoje, é de 13,5 metros. A previsão é confirmada pela Marinha do Brasil, responsável pela homologação desses dados, e pela Secretaria Especial de Portos (SEP), que realiza a obra para aprofundar o canal de navegação. Essa nova dimensão do canal de navegação permitirá que os navios operem com um calado de 13,2 metros. A redução ocorre pois a Marinha exige um espaço de segurança entre o fundo da embarcação e o leito do canal.
As novas condições de navegação do porto serão testadas em simulações virtuais, que vão determinar os limites das manobras, especialmente com o reposicionamento das boias (necessário com as mudança na navegabilidade).
Esses testes serão realizados entre os próximos dias 27 e 29, por técnicos e engenheiros navais da Capitania dos Portos e da Codesp, no Instituto Oceânica, em São Paulo. Equipamentos que reproduzem, virtualmente, o cais santista serão utilizados para analisar a capacidade de navegação em diversas condições climáticas. Mas já com as novos parâmetros adotados.
Os planos para a homologação da nova profundidade do porto foram discutidos ontem, na reunião ordinária do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos, que reuniu representantes do setor público e privado da região.
“Vamos homologar, com base na profundidade atingida pela dragagem (14,9 m), calado de 13,2 metros operacionais”, explicou o diretor de Desempenho Operacional da SEP, Marcelo Werner Salles. Segundo ele, sendo favoráveis os relatórios dos testes, em até 72 horas (3 dias), todas as boias de orientação náutica no leito navegável do complexo serão reposicionadas.
A homologação, porém, ocorre apenas para os trechos 1 (da Barra até o Entreposto de Pesca) e 2 (do Entreposto de Pesca até as torres de energia elétrica que atravessam o canal). Nessas regiões, estão as instalações que se encontram até a Citrovita, na Margem Direita (Santos), e até o Temrinal de Exportação de Veículos (Tev), na Margem Esquerda (Guarujá).
Os trechos 3 e 4, que seguem até o final do Canal do Estuário, permanecem com profundidade de 12,2 metros e operacional inferior a 11 metros. “Devemos fazer a homologação nesta parte até agosto. Em julho, faremos a batimetria (testes com sonares)”, garantiu o diretor da SEP. Até lá, os novos terminais - BTP e Embraport, que serão inaugurados nas próximas semanas - devem operar abaixo da capacidade máxima.