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    Redação / Assessoria
 
                
            Segundo  pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mais de  um terço das empresas brasileiras não tem espaço para buscar novos  financiamentos. De acordo com o balanço, 36,9% das empresas estão  endividadas. O número de empresas endividadas no país vem crescendo,  sobretudo, devido ao desaquecimento da economia e à queda de confiança  dos investidores no país. A maioria dos empresários que estão com as   contas no vermelho reclama da  falta  de crédito, do aumento dos  impostos e da grande burocracia para se abrir ou fechar uma empresa.  Muitas vezes, se deparam com alguns dilemas quando se trata em manter as  contas em dia em tempos de uma macroeconomia desfavorável. O consultor  Daniel Schnaider, sócio do SCAI Group, especializado em reestruturação  de empresas familiares, traz  algumas dicas para esses desafios  enfrentados pelos empreendedores brasileiros:
1 - Como obter financiamento? A  mensagem que o empresário brasileiro precisa entender é que não faltam  recursos, mas sim uma “boa estória” que renda credibilidade. Muitas  vezes as empresas fazem solicitações de crédito sem a capacidade de  convencer a agência financiadora de suas chances de retorno no  investimento. Em um cenário de recessão, o empresário deve saber  apresentar, de forma muito clara, por que sua equipe administrativa é  confiável, o que tem de diferencial em seu produto ou serviço, e por  que, apesar das condições desfavoráveis, seu mercado é uma excelente  oportunidade. 
2 - De quanto minha empresa realmente precisa? Ao  criar o plano de negócios, deve-se considerar alguns cenários de  financiamento. Um deles deve ser o “plano-mínimo-sustentável”, além de  outros planos mais agressivos como alternativas. Em momentos de cenário  econômico pessimista, se há uma linha de financiamento menor do que o  plano mínimo, ela deve ser considerada, pois com ela, suas chances de  conseguir outros financimentos aumentam, uma vez que o seu risco geral  diminuiu. 
3 - Como pagar menos juros? O mercado  financeiro também apresenta grandes variações de um financiamento para  outro. Se você procura por comodidade, pode pagar um taxa maior. Mas se  você tem paciência e tempo para procurar por várias alternativas, pode  achar excelentes oportunidades. No mercado de financiamento, parte do  custo é devido ao risco e retorno esperado do negócio. Caso você consiga  apresentar uma boa administração do risco com uma boa taxa de retorno,  poderá influenciar a instituição a rever o custo do risco nos juros  exigidos. 
4 - Como se planejar para pagar os impostos? Tributos são custos. Ou ele é pago pela empresa, o que reduz o seu  lucro, ou é pago pelo cliente, ou uma mistura dos dois. O sistema  tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo. A dificuldade de  cumprir à risca a legislação tributária, somada ao medo de uma  fiscalização abusiva, criam uma situação absurda em que empresas acabam  pagando mais do que devem. Ver os impostos municipais, estaduais e  federais como um único grupo também é um erro. Deve-se avaliar em que  esfera há dificuldade, em que etapa da cobrança a empresa se encontra e  em qual setor econômico atua. É bem possível que o problema não seja  particular da empresa, mas sim de um grupo de empresas do mesmo setor,  que passa por dificuldades semelhantes e podem desenvolver estratégias  em conjunto contra tributos excessivos. 
5 - Como manter a liquidez dos negócios em tempos de inadimplência? Para a maioria das empresas, basta um atraso no pagamento de um cliente  importante para que seu fluxo de caixa fique comprometido e a suspensão  do recolhimento de tributos seja a sua única forma de honrar seus  demais compromissos. Esta é uma das muitas razões pela qual a  estabilidade macroeconômica é tão importante. Entretanto, o empresário  responsável deve compreender quais são as prioridades e fazer um  planejamento para trabalhar de acordo com elas. Dessa forma, há chance  de que consiga, apesar do aumento dos impostos, não repassar este custo  para os clientes e também não abrir mão do lucro. 
Daniel Schnaider é  consultor de negócios, sócio do SCAI Group. Atua em reestruturação de  empresas familiares. Especialista em estratégia, eficiência empresarial,  excelência em gestão, tomada de decisão, fundos de investimento, fusões  e aquisições, reestruturação operacional, renegociação de dívida e big  data.
 
        
            
        
            
        
        
            
                
    
        
             
        
            
        
        
            
     
        
                
            
        
        
        
        
             
        
            
        
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