O diretor de sustentabilidade do grupo EBX, Paulo Monteiro, foi o responsável por apresentar o projeto da empresa durante as três audiências públicas e responder aos questionamentos do público. "Existem manifestações contrárias, mas elas não assustam. Quanto mais críticos, mais rigorosos os fiscais", disse Monteiro no intervalo do debate em Florianópolis.
O diretor citou Eike Batista e disse que a empresa "não faz puxadinho", referindo-se à forma de conduzir o processo de instalação respeitando a legislação ambiental. Em um momento de forte vaia, Monteiro reagiu: "Somos uma empresa séria que respeita as comunidades e o meio ambiente, mas não nos instalamos onde não somos bem-vindos".
A ameaça de perder o projeto para o Rio de Janeiro - a OSX deu entrada em um processo paralelo de licenciamento em junho - levou autoridades catarinenses a se articularem em busca de uma alternativa à decisão dos técnicos, que parecia irrevogável. Em Brasília, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, decidiu criar um grupo intersetorial e deslocou a decisão do ICMBio de Santa Catarina para a Capital Federal, esvaziando o debate no Estado.
Monteiro avaliou como natural o encaminhamento do processo. "Na Justiça, se você é condenado em primeira instância, tem condições de recorrer até chegar ao Supremo Tribunal Federal."
O diretor disse que a complementação do estudo apresentado ao ICMBio teve mais de 300 páginas e não foi devidamente considerada pelos técnicos. Entre as alterações na segunda versão do projeto, por exemplo, a OSX reduziu o volume dragado e adaptou as operações aos hábitos da população de botos-cinza.