Governança Corporativa

Não é prioridade reduzir emissões de carbono e adaptar estratégia de negócio às mudanças climáticas para 58,6% das organizações, revela pesquisa do IBGC

Mais da metade de pessoas que atuam em conselho de administração ou conselho consultivo sinalizaram que suas organizações não estabeleceram a meta net zero para a emissão de gases do efeito estufa e nem estão alinhadas ao compromisso de atingir a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC. Não é prioridade reduzir emissões de carbono e adaptar estratégia de negócio às mudanças climáticas para 58,6% das organizações, revela pesquisa do IBGC


02/12/2022 10:22
Não é prioridade reduzir emissões de carbono e adaptar estratégia de negócio às mudanças climáticas para 58,6% das organizações, revela pesquisa do IBGC Visualizações: 1245 (0) (0) (0) (0)

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em parceria com o Chapter Zero Brazil, realizou a pesquisa "Board scorecard: a atuação dos conselhos frente aos impactos climáticos e à estratégia net zero". Dentre outros importantes diagnósticos, 58,6% dos respondentes reportaram que as organizações não estabeleceram metas para redução das emissões de carbono.
 

Objetivo do estudo foi compreender como os conselhos, tanto os de administração quanto os consultivos, têm tratado o tema. Capítulo brasileiro da Climate Governance Initiative (CGI), o Chapter Zero Brazil foi lançado pelo IBGC em 2021, justamente com o propósito de estimular e contribuir para a abordagem da agenda do clima nos negócios.
 

A pesquisa baseou-se no Board scorecard, ferramenta do Chapter Zero no Reino Unido. São 20 questões, cujo objetivo é indicar o grau em que os conselhos empresariais estão respondendo aos desafios das mudanças climáticas e da transição à estratégia net zero, que visa eliminar as emissões de gases de efeito estufa até a metade do século.
 

O questionário foi estruturado em quatro áreas temáticas: "liderança", "propriedade", "estratégia" e "mensuração". Ouviram-se conselheiros de administração, consultivos e fiscais, bem como diretores executivos (C-level). Amostra da pesquisa contou com a participação de 104 respondentes. Dentre os entrevistados, estão conselheiros de administração (41,3%), conselheiros consultivos (19,2%), conselheiros fiscais (8,7%) e diretores executivos (30,8%).
 

Resultados
 

Bloco Liderança -- Objetivo foi garantir que o conselho esteja informado, preparado e pronto para impulsionar mudanças e se responsabilizar pelo estabelecimento de uma estratégia net zero. Evidenciou-se que há ainda muito a avançar nesse quesito. Os resultados demonstraram que pautar a temática pelo menos quatro vezes ao ano não é uma prática adotada pelos conselhos/organizações, conforme apontaram 52,9% dos respondentes. Também há falhas na comunicação e divulgação da importância de se cumprir a meta climática estabelecida para a organização, na visão de 49% dos respondentes.
 

Ainda no Bloco Liderança, 50,9% dos respondentes sinalizaram que os comitês de assessoramento não levam em consideração as mudanças climáticas em suas discussões. Ademais, ressalta-se o fato de que, para 40,4% dos entrevistados, não há clareza sobre a responsabilidade do conselho e da equipe executiva pelas decisões de redução de emissões de gases de efeito estufa, ao passo que 19,2% sinalizaram uma posição de neutralidade com relação a essa questão.
 

Bloco Propriedade -- Aqui, o propósito foi aquilatar quanto o conselho é responsável pelo engajamento, governança e por impulsionar as mudanças para atingir as metas climáticas. Os resultados indicaram a necessidade de maior mobilização por parte dos conselhos diante do tema, pois 65,4% dos respondentes reportaram que essas metas não são incorporadas aos incentivos e à remuneração dos executivos de maneira significativa e mensurável.
 

Além disso, 43,3% dos respondentes afirmaram que a questão climática não está incorporada na avaliação de riscos e oportunidades e na estratégia central dos negócios. Soma-se a isso o fato de que 14,4% dos entrevistados apresentaram posição de neutralidade quanto à questão. As respostas também evidenciaram que a responsabilidade pelos dados e informações sobre mudanças e metas climáticas não é de todos os departamentos e segmentos da organização, por vezes se limitando à área de sustentabilidade ou a uma específica, de acordo com 48,1% dos respondentes. Ainda nesse quesito, 17,3% apresentaram postura de neutralidade.
 

Também no Bloco Propriedade, chama a atenção o fato de as empresas não garantirem que as habilidades e os recursos necessários estejam disponíveis para cumprir sua ambição climática, conforme a visão de 45,2% dos respondentes, contra 33,6% dos que sinalizaram que as organizações têm garantido a disponibilidade dessas habilidades e recursos.
 

Por fim, para 50% dos entrevistados não há um plano de trabalho abrangente que envolva toda a força de trabalho na visão sobre o tema e nas mudanças necessárias nas organizações. Soma-se a isso o fato de que 17,3% apresentaram postura de neutralidade ante o tema.
 

Bloco Estratégia -- Visou desenvolver e avaliar estratégia, planos e recursos em vigor para reduzir as emissões de carbono e promover adaptação às mudanças climáticas, bem como incorporá-las à estratégia geral de negócios e ao objetivo da organização. Novamente, os resultados apresentados são críticos e evidenciaram que o tema não tem sido priorizado pelos conselhos.

Fonte:Redação com assessoria

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