Valor Econômico
Todos os envolvidos com projetos de geração de energia eólica acompanham as discussões feitas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para preparar um programa de longo prazo para a inserção dessa fonte na matriz elétrica brasileira. Segundo Lauro Fiúza Júnior, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a expectativa é porque “esse tipo de energia nunca será uma alternativa viável economicamente se não tiver um programa de longo prazo”.
Há ainda uma outra condição para o sucesso do programa: que não se exijam índices de nacionalização dos equipamentos das usinas. Com isso ele quer evitar o principal equívoco do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). “Havia a exigência de nacionalização, mas existia apenas um fornecedor no Brasil”, lembra Fiúza. “O resultado foi que tivemos aqui custos 20% mais altos que os registrados lá fora”, diz.
Segundo dados da área de Fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os projetos de geração eólica inicialmente selecionados pelo Proinfa somam 1.422 MW, divididos em 54 usinas. Desse total, no entanto, apenas seis usinas entraram em operação comercial, somando 244 MW. Segundo a Aneel, 15 outros projetos, somando 92 MW de potência instalada, já têm “sinal verde” para entrar em operação em 2008.
Questionado sobre os custos da geração eólica, Fiúza lembra que nas usinas movidas pela força dos ventos, o custo é de cerca de R$ 200 o megawatt-hora (MWh), representam um terço do custo de geração das termelétricas a óleo diesel e a óleo combustível que têm sido licitadas nos últimos leilões.
Fiúza acrescenta que o potencial de geração eólica do Brasil, estimado em 143 mil MW, deverá crescer com a evolução tecnológica. “Foi realizado um inventário considerando torres de até 50 metros de altura. Com as torres de 80 a 100 metros já existentes hoje, acredito que o potencial do país possa atingir os 200 mil MW”, diz ele.
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