Brasil/China

Na China, Marcos Pereira do MDIC afirma que aprovação da PEC 241 vai ajudar o Brasil a retomar crescimento

Redação/Assessoria
11/10/2016 18:26
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Ao discursar na abertura da quinta edição da Conferência Ministerial do Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre a China e Países de Língua Portuguesa, o ministro Marcos Pereira afirmou que o Brasil superou a crise política, está tomando medidas para alcançar um equilíbrio fiscal duradouro e vai melhorar o ambiente de negócios no país. "Acabamos de dar o primeiro passo na aprovação de uma mudança na Constituição brasileira que limita os gastos públicos. É um grande avanço. Todos os analistas de mercado apontam esta como a principal medida para que o Brasil volte ao crescimento", afirmou, citando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, aprovada ontem, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados.

O ministro também sinalizou que a confiança no Brasil tem aumentado e que os ajustes serão a base para a retomada do crescimento econômico ao trazerem maior previsibilidade, segurança jurídica e transparência aos consumidores e, principalmente, aos investidores. "Estamos nos esforçando para fazer a roda da economia girar. O novo ciclo de desenvolvimento que se inicia agora é sustentado por reformas profundas e inadiáveis, tais como a trabalhista, a tributária e a previdenciária. Além disso, a realização de investimentos maciços em infraestrutura e o fomento ao comércio exterior são apostas do governo do presidente Temer para dinamizar nossa economia e fazer o País voltar a crescer", afirmou.

Além disso, Marcos Pereira deu destaque às análises recentes de agências de classificação de risco que afirmam que a recessão no Brasil começa a dar sinais de arrefecimento. "A Fitch, por exemplo, prevê que a economia brasileira terá contração de 3,3% neste ano, contra 3,8% previstos no relatório de março. A agência estima, ainda, que o país se recuperará em 2017, com crescimento de 0,7% e prevê expansão de 2% em 2018".

Antes de encerrar o pronunciamento, Marcos Pereira destacou a importância da contribuição do comércio exterior para a retomada do crescimento econômico. "Parece-me imperativa a necessidade de realizar a integração plena da economia brasileira no comércio internacional por meio de cadeias de valor e buscando a celebração de acordos de livre comércio, sejam eles bilaterais ou regionais, em todas as áreas econômicas relevantes. Diante deste cenário, faz-se necessário assegurar que a política de comércio exterior esteja no centro da agenda prioritária do governo. As trocas externas, quando apoiadas em políticas públicas bem elaboradas, são vetores poderosos para dinamizar a economia, estimular os investimentos produtivos e inovadores e gerar emprego e renda no país", finalizou.

A conferência ministerial, com a participação dos ministros da China, Brasil, Angola, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste foi aberta pelo discurso do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Ele afirmou que a China, país que organiza o evento, pretende continuar a ser o parceiro comercial mais importante dos países de língua portuguesa e o principal mercado de exportação desses países. Segundo ele, o estoque de investimentos da China nesses mercados chega a US$ 50 bilhões. "Queremos promover uma parceria de longo prazo saudável e afável. Devemos promover a facilitação de comércio e investimento entre nossos países."

Intercâmbio comercial

A China foi o principal destino das exportações brasileiras em 2015, com participação de 18,6% no total das vendas externas do Brasil. No total, nossas exportações para a China no ano passado chegaram a US$ 35,6 bilhões. A pauta é composta 80,3% de produtos básicos; 13,2% de semimanufaturados; e 6,4% de manufaturados. Nossos principais produtos exportados são soja em grãos (44,3%); minério de ferro (18,1%); petróleo em bruto (11,6%); celulose (5,2%); açúcar em bruto (2,1%); couros e peles (1,7%); e carne de frango (1,7%). Em 2015, mais de duas mil empresas brasileiras venderam produtos para o mercado chinês.

A China também foi o principal fornecedor estrangeiro ao Brasil em 2015, com participação de 17,9% no total de nossas compras do exterior. As importações brasileiras da China atingiram US$ 30,7 bilhões, em 2015, sendo 97,1% de produtos manufaturados, 2,5% de produtos básicos e 0,4% de semimanufaturados. O Brasil importa da China principalmente circuitos impressos para telefonia (4,7%); partes de aparelhos transmissores e receptores (4,3%); partes e acessórios de máquinas para processamento de dados (3,1%); plataformas de perfuração ou exploração (3,1%); motores e geradores elétricos (2,7%); compostos heterocíclicos (2,3%); entre outros. Em 2015, 24 mil empresas brasileiras comparam produtos chineses.

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