Jornal do Commercio
Alta de US$ 0,70 por milhão de BTU renderia US$ 300 milhões
Da Agência Estado
O Brasil deve pagar à Bolívia "um preço real" pelos quase 27 milhões de metros cúbicos de gás que importa por dia, afirmou na quinta-feira passada o presidente socialista, Evo Morales, pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva "compreensão" para aceitar um novo valor.
"Tenho muito confiança no governo do Brasil e em seu presidente. Não por questão de generosidade nem de solidariedade, o Brasil deve pagar um preço real pelo gás natural ao povo boliviano", declarou o presidente indígena, no 70º aniversário da fundação da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
A Bolívia espera que o Brasil, principal mercado regional para suas exportações de gás, pague US$ 5 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica), 70 centavos de dólar a mais que o preço atual. O Brasil, que assinou um contrato para o fornecimento do gás boliviano por 20 anos, desde 1999, deverá ser mais compreensivo com este país andino-amazônico, afirmou Morales.
Apoiado em cálculos técnico-financeiros do poder Executivo, destacou que, se o preço do gás for igualado ao da Argentina, de 5 dólares por milhão de BTU nos 7,7 milhões de metros cúbicos que importa da Bolívia, a renda aumentará em US$ 300 milhões.
No início da semana passada, o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, se reuniu com o ministro brasileiro de Energia, Silas Rondeau, em Brasília, para definir o preço do gás e ambos se comprometeram "a gerar o melhor clima de negociações na próxima rodada para que verdadeiramente cheguemos a um acordo".
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