A MMX, braço de mineração do grupo EBX, negocia com dois bancos de desenvolvimento da Ásia, um chinês e outro coreano, financiamento de US$ 1 bilhão a serem investidos em Serra Azul, situada no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. A afirmação é do presidente da empresa, Guilherme Escalhão.
“Temos chineses e coreanos como acionistas, então, queremos aproveitar essa proximidade”, afirmou o executivo, em teleconferência com analistas do mercado sobre os resultados financeiros da MMX em 2011.
“Os bancos coreanos têm um comprometimento maior pela demanda deles [por minério] e o fato de haver empresas coreanas na MMX”, disse Escalhão, segundo o qual, há cerca de três meses um banco coreano entregou uma carta de intenções para realizar o financiamento.
Além do financiamento estrangeiro, a MMX trabalha para obter empréstimo junto ao BNDES para Serra Azul, disse o presidente da mineradora. De acordo com Escalhão, Itaú BBA e West LB estão preparando um projeto a ser apresentado ao banco estatal.
“É claro que queremos maximizar os financiamentos do BNDES [na MMX] pelos baixos custos do banco”, afirmou ele, mantendo em sigilo o volume de empréstimo pretendido junto ao banco brasileiro.
A respeito das licenças ambientais que permitirão a expansão do projeto Serra Azul, Escalhão disse que a MMX cumpriu todos os requisitos feitos pelas autoridades ambientais e, por isso, acredita que as autorizações desses órgãos sejam expedidas nas próximas semanas.
Segundo o site do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam), o assunto deverá ser discutido na segunda-feira em reunião do órgão.
Com a licença, a MMX poderia ampliar sua produção de minério de ferro, elevando-a de 8,7 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas ao ano.
Com a obtenção da licença, a mineradora do empresário Eike Batista pretende iniciar as obras de expansão em abril. “Se tudo correr bem”, disse o presidente da empresa, os investimentos em Serra Azul deverão atingir R$ 1 bilhão. “Estamos confiantes no projeto”, afirmou Escalhão.
Na terça-feira, a MMX informou que encerrou 2011 com prejuízo de R$ 19,2 milhões, contra um lucro de R$ 46,6 milhões no ano anterior. No quarto trimestre do ano passado, a empresa teve lucro de R$ 69,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 243,2 milhões registrado no trimestre imediatamente anterior. Nos últimos três meses de 2010, a companhia havia lucrado R$ 72,7 milhões.
Para 2012, a empresa continuará apenas com as operações de Corumbá e Serra Azul, “mantendo sua configuração de produção”, afirmou o presidente da MMX.