Dois grupos de mineração estudam ingressar no mercado de exploração de petróleo e gás. O empresário Eike Batista, dono da mineradora MMX, sai na frente e já criou uma companhia para participar do próximo leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Já a gigante mundial de mineração V
Diário do Comércio
31/08/2007 03:00
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Dois grupos de mineração estudam ingressar no mercado de exploração de petróleo e gás. O empresário Eike Batista, dono da mineradora MMX, sai na frente e já criou uma companhia para participar do próximo leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Já a gigante mundial de mineração Vale do Rio Doce, maior consumidora individual de eletricidade do país, também começa a estudar investimentos no setor, mais focada na busca de autonomia no suprimento de gás para suas térmicas.
A Vale não comenta oficialmente o assunto, mas há rumores de que seu interesse não é apenas na exploração de campos no exterior, mas também no Brasil. Sozinho, o grupo Vale responde por 4% do consumo nacional de energia. No final de maio, o presidente da mineradora, Roger Agnelli, causou desconforto no governo ao afirmar que os investimentos da companhia a partir de 2012 estão limitados pela falta de energia no país.
Segundo fontes, Agnelli, que também faz parte do conselho de administração da Petrobras, estaria interessado em áreas com maior possibilidade de descoberta de gás, insumo que seria utilizado para abastecer as termoelétricas da Vale. Em janeiro do ano passado, Vale e Petrobras assinaram um acordo para estudar a possibilidade de produção de gás natural em Moçambique onde a mineradora atua em minas de carvão. Na época, Agnelli disse que a produção de gás no país africano seria importante para atrair investimentos em siderurgia.
No Brasil, a falta de gás natural vem provocando problemas para um dos projetos apoiados pela companhia, a usina Ceará Steel, parceria com os grupos Dongkuk, da Coréia, e Danieli, da Itália. O negócio corre o risco de não sair do papel devido ao aumento do preço do gás nacional, que, desde o início dos estudos, passou de US$ 1 para a casa dos US$ 5 por milhão de BTU.
Interesse - Eike Batista, por sua vez, deve estrear já na próxima rodada de licitações da ANP, marcada para novembro deste ano. Segundo fontes, o empresário já abriu uma empresa para tocar as operações de petróleo e gás, que terá em seus quadros ex-executivos da Petrobras, como Francisco Gros, que presidiu a estatal no final do governo Fernando Henrique Cardoso e Paulo Mendonça, experiente geólogo que ocupava a gerência executiva de exploração e produção da estatal. Procurado pelo Grupo Estado, Batista não se pronunciou sobre o assunto.
Observadores próximos apostam, também nesse caso, em um interesse maior por reservas de gás. O empresário tem uma grande área no norte-fluminense, que pretende transformar em pólo industrial, com porto, térmica e siderúrgica. Eventuais descobertas de gás garantiriam controle sobre um insumo necessário para alguns dos empreendimentos. Sua empresa MMX vai usar o porto para transformar minério de Minas Gerais em pelotas e depois exportá-lo.
Não há qualquer garantia, porém, de que uma empresa vá encontrar apenas gás natural em blocos leiloados pela ANP. Dados geológicos podem indicar maior potencial de uma região, mas a aposta só pode ser confirmada após a perfuração de poços exploratórios.
Para o analista Pedro Galdi, do ABN Amro, um eventual investimento da Vale no setor de petróleo e gás foge totalmente do perfil do grupo. "Não há sinergia", afirma. Ele lembra, porém, que outra gigante do ramo, a BHP Billiton, tem negócios em petróleo.
A companhia, que se apresenta como líder global em recursos naturais, produz atualmente cerca de 320 mil barris de petróleo equivalente (somado ao gás) por dia. Baseada em Houston, A BHP Billiton Petroleum tem operações na Argélia, Austrália, Paquistão, Trinidad e Tobago, Reino Unido e na porção americana do Golfo do México.
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