A MMX Mineração e Metálicos divulgou nesta quinta-feira (12), os resultados da empresa no segundo trimestre de 2010 (2T10). A mineradora registrou recordes históricos de produção e venda entre abril e junho. Nesse período, a produção de minério de ferro chegou a 1,844 milhão de toneladas e as vendas a 1,834 milhão de toneladas.
Nos três meses, a produção foi 1% maior que a registrada no primeiro trimestre deste ano (1T10) e 45% acima do montante produzido no segundo trimestre do ano passado (2T09). No acumulado do ano, primeiro semestre, a MMX produziu 3,671 milhões de toneladas de minério de ferro. Por sua vez, as vendas da companhia cresceram 22% na comparação com 1T10 e 190% em relação ao 2T09.
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Na avaliação do presidente e diretor de Relações com Investidores da MMX, Roger Downey, o segundo trimestre de 2010 representa o início de uma nova fase para a empresa. “A MMX bateu recorde histórico de vendas e de desempenho das operações nas minas em Corumbá (MS) e Serra Azul (MG). É importante destacar que o resultado da empresa foi operacional e não apenas financeiro”. Downey ressalta ainda que a companhia fechou o segundo trimestre com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado (Ebitda, na sigla em inglês) positivo. O ajuste exclui o valor da multa rescisória paga à empresa Kristen.
No trimestre, a MMX apresentou Ebitda negativo de R$ 208 mil contra R$ 23,5 milhões negativos no 1T10 e R$ 149,5 milhões negativos no 2T09. No período, a empresa pagou R$ 65 milhões à empresa Kristen pelo encerramento de contratos de afretamento de navios por tempo determinado, conforme informado na divulgação do último trimestre.
Excluindo-se esse pagamento, que não é recorrente, o Ebitda ajustado acumulado no ano, pela primeira vez desde que a MMX começou suas operações, em 2005, estaria positivo em R$ 41,3 milhões..
Investimentos
A empresa está avaliando seu plano de investimento para os próximos anos, focado na consolidação do Sistema MMX Sudeste e no desenvolvimento da MMX Chile. Para isso, busca financiamentos necessários para a expansão. O plano da empresa prevê que, em 2015, a MMX deverá atingir capacidade instalada para a produção anual de 45,8 milhões de toneladas de minério de ferro. Ainda em 2010, serão investidos R$ 200 milhões em ampliação de sondagem e aquisição de equipamentos.
De acordo com Downey, “além da busca pela rentabilidade e utilização plena da capacidade atual, estamos extremamente comprometidos com a execução do plano de investimentos para expansão dos Sistemas Sudeste e Chile”, resume.
Resultado Líquido
O prejuízo líquido do segundo trimestre de 2010 foi de R$ 42 milhões, impactado principalmente pelo pagamento à Kristen.
No final do segundo trimestre, a MMX tinha em caixa R$ 971,4 milhões, dos quais R$ 898,2 milhões estavam em aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez. O caixa manteve-se em linha com o valor apresentado no trimestre anterior.
A dívida financeira total da MMX, no período, totalizou R$ 1,0 bilhão. Deste total, R$ 399,1 milhões são de dívida de curto prazo e R$ 656,2 milhões de divida de longo prazo. Em relação ao 1T10, a dívida financeira aumentou R$ 26,5 milhões e R$ 27,8 milhões na comparação com o 1T09.
Destaques
O relatório de desempenho trimestral apresenta alguns destaques da MMX no segundo trimestre de 2010. Em maio, a empresa homologou aumento de capital, que passou de R$ 776.035.142,27 para R$ 1.994.625.459,83 com a totalidade de 472.973.346 ações em circulação. No mês de junho, a MMX concluiu o primeiro carregamento de 162 mil toneladas de minério de ferro para a Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), consolidando a parceria com a siderúrgica chinesa, que é a terceira maior daquele país e que detém 21,52% do capital da empresa.
De acordo com o relatório, a receita bruta da MMX no trimestre (R$ 204,930 milhões ) cresceu 69% sobre 1T10 e +324% na comparação com 2T09.
Entre abril e junho, as despesas comerciais somaram R$ 97,8 milhões, representando 75% das despesas operacionais. Comparando com o 1T10 e 2T09, as despesas cresceram 65% e 3%, respectivamente. O aumento em relação ao 1T10 é justificado pelo pagamento de R$ 65 milhões, para a empresa Kristen
A MMX tem, atualmente, dois sistemas em operação: Sistema Sudeste (MG) e Sistema Corumbá (MS).
Sistema Sudeste
As operações do Sistema Sudeste são referentes às minas localizadas na região de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. A produção do Sistema Sudeste, no segundo trimestre do ano, foi de 1,6 milhão de toneladas, volume 21% maior que o registrado no 1T10 e 46% superior ao verificado no 2T09.
Entre abril e junho de 2010, Sistema Sudeste vendeu 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro, 20% a mais que no 1T10. Na comparação com 2T09 o crescimento das vendas foi de 209%. Em relação ao destino desse minério de ferro, 12% foi embarcado para o mercado externo e 88% para o mercado interno. O mercado interno é representado, principalmente, por produtores de ferro-gusa, siderúrgicas e grandes mineradoras que compram minério de ferro para promover o blend de seus produtos destinados à exportação.
O Ebitda do 2T10 da MMX Sudeste chegou a de R$ 57,1 milhões, valor R$ 51,1 milhões superior ao apresentado no 1T10. Essa é a segunda vez consecutiva que a MMX Sudeste apresenta um Ebitida positivo, fato que evidencia o esforço da empresa no aumento da eficiência operacional. O resultado positivo também é consequência de controle de custos dos processos de produção e aquecimento do mercado de minério de ferro.
Sistema Corumbá
No Sistema Corumbá foram produzidas 281,5 mil toneladas, o que representou uma redução de 48% sobre o desempenho apresentado no 1T10. A retração é justificada por uma parada programada no mês de abril para implantação de projetos de melhorias operacionais na planta de beneficiamento. Entretanto, na comparação com o 2T09, houve crescimento de 40% na produção da MMX Corumbá.
Apesar da queda do volume de minério de ferro produzido no 2T10, o Sistema Corumbá vendeu 423 mil toneladas de minério de ferro, o que representou crescimento de 27 % sobre o desempenho no 1T10 e de 142 % em relação ao 2T09. As vendas do Sistema Corumbá foram divididas da seguinte maneira: 31% para mercado externo e 69% para mercado interno.
Na MMX Corumbá Mineração, o Ebitda do 2T10 foi negativo em R$ 47,6 milhões, contra R$ 22,1 milhões no 1T10. O desempenho no 2T10 foi influenciado pelo encerramento de contratos com a Kristen.