O futuro da atividade de apoio no Brasil, que tem o quarto mercado do mundo em frota e o terceiro em produção, será debatido no próximo dia 3 de agosto, no Rio de Janeiro, durante a conferência internacional WorkBoat South America 2012, que acontece em paralelo à Navalshore, no Centro de Convenções SulAmérica. O objetivo é fomentar a discussão em torno das soluções práticas para o crescimento sustentável e ganho de competitividade da atividade.
Especialistas brasileiros e estrangeiros participarão de uma série de palestras que abordarão o cenário atual e ações necessárias para o desenvolvimento da atividade de apoio no país.
Atualmente, a frota brasileira é de 397 embarcações e dados da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) revelam que tem havido aumento da necessidade de embarcações de apoio nos últimos anos. Segundo fontes oficiais, a demanda do mercado no Brasil é de cerca de mil embarcações até 2020, considerando a intensificação da atividade de exploração de petróleo e gás, entre outras atividades relacionadas direta ou indiretamente com modal marítimo. Investimentos proporcionais também são necessários: R$ 55 bilhões serão injetados para os próximos cinco anos no setor, segundo relatório do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES).
Um dos destaques do evento será a palestra ministrada pelo gerente de Contas Marítimas da Wärtsilä do Brasil, Rodrigo Brito, que apresentará o conceito "Perda Mínima para Navios", desenvolvido pela empresa, fazendo uma comparação com sistemas regulares utilizado nas embarcações brasileiras.
"O conceito está ligado à parte elétrica das embarcações. Nas instalações de transformadores padrões, a energia gerada é em média tensão e precisa passar por algumas etapas antes de chegar ao driver final. Com o The Low Lost Concept [como o conveito é chamado em inglês] a energia já é gerada em baixa tensão e segue direto para o driver final. O sistema garante mais agilidade no processo e um menor consumo de energia, pois a perda, entre um processo e outro, não existe, resultando em melhorias até para o meio ambiente", afirma Brito.
A Wilson Sons também marca presença. A empresa, com mais de 175 anos de existência e com quase duas décadas de atuação no setor portuário e marítimo no Brasil, fará uma apresentação sobre os desafios do crescimento da indústria naval e offshore, aproveitando sua experiência no estaleiro do Guarujá (SP), que no ano passado entregou seis embarcações entre rebocadores e PSV?s (Platorm Support Vessel) - atualmente se dedica à construção de um ROVSV (Remotely Operated Vehicle Support Vessel).
Para a construção desta embarcação e de outras unidades de grande porte, o estaleiro recebeu investimentos de R$ 95 milhões para aumentar sua capacidade estrutural. As obras contemplam a construção de um dique seco com 135 metros de comprimento por 26 de largura.