Mais de mil integrantes de movimentos sociais protestaram hoje (12), em Brasília, contra a construção da Usina Belo Monte, no estado do Pará. A passeata teve a participação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), de lideranças do Parque Indígena do Xingu, além de ribeirinhos e indí
Agência Brasil
Mais de mil integrantes de movimentos sociais protestaram hoje (12), em Brasília, contra a construção da Usina Belo Monte, no estado do Pará. A passeata teve a participação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), de lideranças do Parque Indígena do Xingu, além de ribeirinhos e indígenas que serão atingidos pela construção da hidrelétrica. Com gritos de protesto “água para vida e não para a morte”, “água e energia não são mercadorias”, o grupo fez panfletagem e hasteou bandeiras do movimento.
A mobilização percorreu a Esplanada dos Ministérios. Em frente ao Ministério de Minas e Energia, os manifestantes exigiram o cancelamento da licença prévia e do leilão da Usina de Belo Monte, previsto para o dia 20 de abril.
De acordo com a integrante da coordenação do MAB, Daiane Huhn, o objetivo do protesto é fazer um alerta sobre os interesses das grandes empresas consumidoras de energia na construção da hidrelétrica.
“Estamos aqui porque somos contra a construção da Usina de Belo Monte. Entendemos que a hidrelétrica veio para acabar com a Amazônia e privatizar a água e a energia no país. Ela vem atender apenas as grandes empresas interessadas na construção e no consumo de energia que será produzida.”
Os manifestantes também buscam a abertura de diálogo com o governo para propor alternativas à população que será atingida. Segundo a ribeirinha Audice Freitas da Silva, até o momento, não houve acertos em relação ao futuro dos moradores da região.
“Até o momento não houve diálogo. O governo afirma que isso será por conta da empresa que ganhará a licitação. Não sabemos quando e como serão organizadas as indenizações caso seja aprovada a construção de Belo Monte.”
Durante o protesto, foram coletadas assinaturas dos manifestantes contrários à construção da Usina de Belo Monte. O documento foi entregue pelo movimento ao Ministério de Minas e Energia.
Fundos de pensão vão participar de licitação da Usina de Belo Monte
O governo confirmou hoje (12) a participação dos fundos de pensão na licitação para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, prevista para o próximo dia 20. Segundo uma alta autoridade da Casa Civil, os fundos entrarão no leilão para equilibrar a disputa entre os consórcios.
Na última sexta-feira (9), o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que pelo menos dois consórcios estarão na disputa. Um é formado pela construtora Andrade Gutierrez e pelas empresas Vale, Votorantim e Neoenergia, e outro, por empresas que se habilitaram de forma avulsa.
A possibilidade de participação dos fundos de pensão ganhou força após a desistência das empresas Odebrecht e Camargo Corrêa, que formavam um consórcio. As empresas não cadastraram o consórcio para a chamada pública da Eletronorte referente ao leilão da usina que foi encerrado na última quarta-feira (7).
Orçada em R$ 19 bilhões pelo governo e com capacidade de produção de 11.200 megawatts, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo.
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