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Luta da Opep contra excesso de petróleo vira campanha de anos

Bloomberg, 16/08/2017
16/08/2017 13:54
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Quando a Opep e a Rússia deram início à estratégia de eliminar o excedente global de petróleo, esperava-se que a medida cumprisse seu objetivo em seis meses. Agora tudo indica que essa batalha pode durar anos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus parceiros planejam encerrar os cortes de produção no segundo trimestre do próximo ano, nove meses depois do esperado originalmente. No entanto, os preços do petróleo estão oscilando novamente em um momento em que dados da Agência Internacional de Energia (AIE) mostram que o excesso de estoques mundiais poderia continuar mesmo após o fim de 2018. A ESAI Energy prevê que, em vez de meses, a eliminação do excedente pode levar anos.

"Eles terão que se preparar para o longo prazo", disse Neil Atkinson, chefe de mercados de petróleo e divisão industrial da AIE, em entrevista à Bloomberg TV. "O reequilíbrio é um processo teimoso."

Os preços do petróleo caíram 11 por cento em Londres neste ano porque os cortes de produção que Opep, Rússia e outros parceiros iniciaram em janeiro foram insuficientes para dispersar o superávit global. Os produtores se reunirão em novembro para decidir se serão necessárias mais ações após o segundo trimestre de 2018.

Os cortes foram prejudicados pela recuperação da produção de membros da Opep isentos do acordo — Líbia e Nigéria — e porque os produtores de xisto dos EUA provaram que podem continuar perfurando poços apesar dos preços mais baixos. A produção do xisto atingirá um recorde no mês que vem, projeta o governo dos EUA.

Como resultado, a produção atual da Opep — cerca de 32,8 milhões de barris por dia em julho — é maior do que a quantidade necessária para a maior parte do ano que vem, mostrou o relatório mais recente da AIE, de 11 de agosto. Em vez de cumprir seu objetivo de reduzir os estoques de petróleo para sua média de cinco anos, a Opep poderia expandi-los ainda mais.

A perspectiva de um prazo mais longo também apresenta problemas, segundo a consultoria ESAI Energy. Nos próximos cinco anos, a produção dos EUA continuará se expandindo, enquanto o crescimento do consumo de petróleo perderá força, prevê a ESAI. A nova demanda por produtos petroquímicos, um motor fundamental, será atendida por produtos derivados do gás.

Excedente em queda

"Se a Opep quiser manter os preços do petróleo na casa dos US$ 50 e atingir US$ 60, a organização terá que manter o limite à oferta por mais alguns anos", disse Sarah Emerson, diretora de energia da ESAI em Nova York.

Ainda assim, os cortes realizados pela Opep e pela Rússia mostraram alguns sinais de sucesso. Os estoques globais diminuíram no segundo trimestre, aproximando-os da média de cinco anos, informou a AIE, que assessora a maior parte das grandes economias internacionais em política energética. O desconto na oferta imediata de petróleo virou premium, o que sugere que os mercados estão ficando mais apertados.

"O estoque excedente está em queda, o processo de reequilíbrio está em andamento", disse Giovanni Staunovo, analista do UBS em Zurique. "Obviamente, os estoques continuam altos, mas, segundo uma perspectiva de oferta e demanda, houve um déficit no segundo trimestre."

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