Bolívia

Lula garante abastecimento e estabilidade de preço do gás ao consumidor

Segundo Lula não haverá problemas na exportação de gás boliviano para o Brasil e os aumentos de preços serão negociados de acordo com contratos. Embora Morales tenha anunciado aumento de 61%, Lula mantém postura negociadora.

Redação com Agênc
08/05/2006 03:00
Visualizações: 159

O presidente Luis Inácio Lula da Silva voltou a garantir, nesta segunda-feira (08/05), que não haverá suspensão no abastecimento de gás natural no Brasil e que o preço ao consumidor também não sofrerá aumentos em função da decisão de nacionalização dos hidrocarbonetos adotada pela Bolívia. Em sua entrevista semanal no programa Café com o presidente, na Radiobrás, Lula voltou a reconhecer o direito do país andino em nacionalizar suas riquezas naturais e relembrou que o plebiscito realizado ainda no governo boliviano anterior, de Carlos Mesa, resultou em que 92% dos bolivianos apoiaram a nacionalização.

No entanto, Lula comentou que a negociação sobre o preço só será admitida nas datas previstas no contrato vigente de exportação de gás entre Brasil e Bolívia. "De cinco em cinco anos, a Petrobras tem que fazer o reparo no preço porque o preço sempre será uma coisa que tem uma combinação", disse Lula. Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI), o objetivo do presidente da Bolívia, Evo Morales, é de aumentar a tarifa do gás em 61%, o que resultaria em cerca de US$ 2 por milhão de BTU a mais. O programa presidencial foi gravado antes do anúncio do aumento feito pela agência boliviana.

O presidente brasileiro descartou a possibilidade de retaliação em relação a Bolívia por ser um país infinitamente mais pobre do que o Brasil. "Eu conheço a realidade da Bolívia, conheço a realidade do meu Brasil e vamos, de forma muito, mas muito carinhosa, sentar em uma mesa de negociação e, qualquer problema que tivermos, vamos resolver como tem que ser resolvido: de forma civilizada", disse o presidente que defendeu o governo das declarações de que tem sido pouco enfático no debate com o país vizinho: "Eu sei que tem gente que gostaria que o Brasil fosse violento. A nossa política é de paz, é de acordo e é de sensatez e eu acho que é isso que vai contribuir para o Brasil", argumentou.

Segundo Lula, a participação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na reunião em Puerto Iguazú, decorreu de um pedido do próprio presidente do Brasil em função dos estudos que estão sendo feitos com o país sobre a contrução do Gasoduto do Sul, que partirá da Venezuela, cruzará o Brasil e a Bolívia chegará à Argentina e ao Chile, perfazendo um total de 8 mil quilômetros. "Isso pode resolver o problema do fornecimento de gás para o século. Estamos trabalhando nisso e fizemos a reunião para provar que nós precisamos encontrar formas negociadas para desenvolver toda a América Latina", disse.

A reunião de Puerto Iguazú foi convocada pelo presidente Lula após o anúncio da nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia. Compareceram os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Argentina, Néstor Kirschner, além de Hugo Chávez, da Venezuela.

Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

13