Negócios do Petróleo

Lula exige votação de projeto da partilha

O Estado de S. Paulo
25/06/2010 11:04
Visualizações: 136 (0) (0) (0) (0)

Presidente avalia que a partilha é necessária para ter à mão uma alternativa para capitalizar a Petrobras e para combater lobby das empresas estrangeiras.


 
Apesar de a Petrobras ter adiado de julho para setembro o processo de capitalização da empresa, o Planalto pediu aos líderes no Congresso que aprovem logo o projeto que instituiu o sistema de partilha para explorar o pré-sal.

 

Algumas lideranças políticas queriam deixar essa votação para o sucessor de Lula, certos de que a candidata Dilma Rousseff ganhará a eleição e que seria mais fácil aprovar o projeto no início de imi novo governo.

Em reuniões no Planalto, o presidente tem avaliado que a partilha é necessáriapor dois motivos: 1) para terá mão uma alternativa a eventuais problemas futuros na capitalização da Petrobrás por meio da cessão onerosa; 2) para combater o poderoso lobby de empresas estrangeiras contra o novo sistema que irá substituir a concessão na exploração do petróleo do pré-sal.

O governo, sob orientação do presidente da República, tem avaliado que é fundamental ter todos os instrumentos de negociação com as empresas estrangeiras e com a Petrobras. Admite-se que a partilha permite ao governo negociar a cessão onerosa com a Petrobras em posição de força.

Uma fonte próxima do governo resumiu assim o debate interno: "Como é difícil chegar a um preço justo do petróleo futuro na cessão onerosa, porque nunca se sabe quem vai ganhar ou perder quando o produto for realmente extraído e comercializado, então é importante que o governo também tenha a possibilidade de fazer a negociação por meiko do sistema de partilha", resumiu o debate.

PARA LEMBRAR
Contratos fazem parte da lei do pré-sal
Contratos de partilha e cessão onerosa são conceitos implementados nas novas leis do pré-sal propostas pelo governo. Na partilha, comum em países produtores, as áreas exploratórias são concedidas às empresas que se comprometerem, em leilão, a entregar à União a maior parcela do petróleo produzido. Já a cessão onerosa valerá apenas para a capitalização: trata-se da venda, pelo governo, de reservas do pré-sal à Petrobras.

Por meio da cessão onerosa -o modelo já aprovado para injetar dinheiro na Petrobras, mas que está enfrentando problemas de operacionalização técnica e legal -, o governo repassará o equivalente a 5 bilhões de barris à estatal, a empresa paga um valor por esses barris à União, que utiliza os recursos para comprar, em títulos ou dinheiro, as ações da estatal.

Se tiver o modelo de partilha aprovado, o governo pode lançar de outro modelo, que funcionaria assim: a União cede áreas de  exploração do pré-sal à Petrobras, que paga o chamado "bônus de assinatura" para ter direito a explorar esses blocos. O dinheiro entra contabilmente no caixa do Tesouro e, ao mesmo tempo, a União paga à Petrobras, em tíüilos públicos ou dinheiro, para adquirir as ações.

"Sem a alternativa da partilha, o governo poderá ficar em posição de desvantagem em uma negociação com a Petrobrás. De ou-traforma,comosistemadeparti-Iha, o governo manterá a propriedade do óleo, cedendo parte da reservapara que a Petrobras possa investir na produção do pré-sal", disse a mesma fonte.

Calendário. O projeto que autoriza a União a fazer a cessão onerosa deve ser sancionado pelo presidente no dia 30. De volta à Câmara depois de alterado pelos senadores, o projeto que institui o sistema de partilha está com a votação prevista pelos deputados para 6 e 7 de julho. Depois de aprovado, o presidente tem 15 dias úteis para sancioná-lo.

A votação do projeto de lei de criação da Petro-Sàl, estatal que vai controlar os contratos de exploração das novas reservas em águas ultraprofundas, que estava prevista para ontem, também foi adiada para 6 ou 7 de julho.

O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), atribuiu o adiamento à falta de quorum. Às 16 horas, na abertura da Ordem do Dia, o painel apontava o comparecimento de 56 senadores, mas a maioria havia registrado presença de manhã e embarcado de volta para seus Estados.
 
 
FONTE: O Estado de São Paulo

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Mato Grosso do Sul
Gás Natural: ANP assina acordo com agência reguladora do...
16/06/25
Petrol Industrial
Petrol Industrial aposta em tecnologia e forjamento para...
16/06/25
Petrobras
Relatório de Sustentabilidade mostra investimento de US$...
16/06/25
Resultado
Vendas de etanol totalizam 3 bilhões de litros em maio
16/06/25
Etanol
Anidro registra queda de 1,45% e hidratado recua 0,35%
16/06/25
Eólica Offshore
Primeiro projeto piloto de energia eólica offshore flutu...
16/06/25
Descarbonização
EPE lança análise sobre a Descarbonização do E&P brasile...
13/06/25
Firjan
No lançamento do Anuário do Petróleo no Rio, empresários...
13/06/25
Oferta Permanente
ANP realiza 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão n...
13/06/25
Negócio
ANP fará consulta e audiência públicas sobre atualização...
12/06/25
RenovaBio
ANP aprova nova norma para certificação de biocombustíveis
12/06/25
E&P
ANP aprova resolução com requisitos para cumprimento do ...
12/06/25
Bahiagás
Luiz Gavazza destaca expansão da Bahiagás e protagonismo...
12/06/25
Evento
SP Offshore 2025: segunda edição impulsiona nova fase da...
12/06/25
ANP
PRH-ANP: resultado final da edição 2025 será divulgado e...
12/06/25
Pessoas
Ana Lia Ferrero é a nova CEO da Prime Energy
11/06/25
Energia Eólica
Complexo Eólico Ventos de São Zacarias é inaugurado na d...
11/06/25
Parceria
ORPLANA e IAC firmam parceria para inovação e sustentabi...
11/06/25
Internacional
Brasil recebe o principal evento global de hidrogênio a ...
11/06/25
Pré-Sal
ABB vai fornecer elétrica e automação para próxima geraç...
10/06/25
Fertilizantes
Petrobras produz primeiro lote de ARLA 32 na Ansa, em Ar...
10/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22