Petroquímica

Lula e Chávez negociam refinaria

Jornal do Commercio
13/11/2006 02:00
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Investimentos em infra-estrutura, com uma ponte concluída, e a certificação de reservas petrolíferas dominam a agenda oficial da visita de 24 horas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Venezuela. Os momentos mais interessantes do encontro de hoje, porém, estarão nas conversas privadas entre os velhos companheiros Lula e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Na série de ruídos a serem resolvidos estão os rumores de que a Petrobras detonaria sua parceria com a PDVSA para a construção da Refinaria Abreu de Lima, no Porto de Suape, em Pernambuco.

As versões apontavam que a companhia brasileira pretendia afastar a venezuelana do projeto de US$ 2,5 bilhões para conduzi-lo sozinha. Tanto o Itamaraty quanto o Planalto negaram a possibilidade. Não por acaso, Lula convidou o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), para integrarem sua comitiva na Venezuela.

Na segunda-feira passada, Gabrielli havia desmentido esses rumores ao falar com a imprensa. Três dias depois, Eduardo Campos esteve na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para verificar a informação. O diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, afastou as suas preocupações e assegurou que a parceira com a PDVSA continua em marcha e que a terraplenagem da área deverá ser feita em meados de 2007.
O Gasoduto do Sul, que cortará o Brasil e abastecerá quase toda a América do Sul com o gás venezuelano, também fará parte das conversas. O projeto de U$ 20 bilhões ainda não foi posto no papel.

Ponte - Lula chegou na noite de ontem na Ciudad Guayana, mas sua agenda oficial começa hoje, às 11h (13h em Brasília), com a inauguração da segunda ponte sobre o Rio Orinoco, obra da construtora brasileira Odebrecht, a um custo de US$ 1 bilhão. Depois ele e Chávez vão inaugurar o início dos trabalhos de uma terceira ponte sobre o mesmo rio e visitar o Bloco 1 do Campo Carabobo do Projeto de Certificação petrolífera da Faixa do Orinoco Magna Reserva, disse o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

A segunda ponte terá o nome de Orinoquia e começou a ser construída no final de 2001, depois da assinatura de um acordo entre a Venezuela e o Brasil, em 2000. A obra possui 3.156 metros, pistas de rodovia e uma ferrovia. A primeira ponte sobre o Rio Orinoco, chamada Angostura, foi construída há décadas e tem uma extensão de 1.678 metros.

Lula e Chávez também farão uma visita ao Bloco 1 do Campo Carabobo do projeto Magna Reserva da estatal PDVSA. Esse projeto consiste na certificação das reservas de hidrocarbonetos da Faixa Petrolífera do Orinoco de 55.314 km², para o que a zona foi dividida em 27 blocos agrupados em quatro campos com nomes de batalhas separatistas: Boyacá, com seis blocos, Junín, com 10, Ayacucho, com sete, e Carabobo, com quatro.

Empresas de nove países trabalham na certificação de oito blocos: no Campo Carabobo, o Bloco 1 está a cargo da Petrobras, no Campo Ayacucho são a argentina Enarsa e a uruguaia Ancap (Bloco 6), a iraniana Petropar (no bloco 7) e a russa Gazprom (Bloco 3). No Campo Junín figuram a indiana ONGC (bloco 9), a espanhola Repsol YPF (bloco 7), a chinesa CNPC (Bloco 4) e a russa Lokoil (Bloco 3). Outros blocos serão certificados posteriormente.

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