Etanol

Lula e Bush discutirão protecionismo em álcool

Agência Estado
01/03/2007 03:00
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Presidentes devem assinar acordo em biocombustíveis no encontro do dia 9 de março

O protecionismo americano no setor do etanol estará na mesa de negociações entre os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 9, quando se encontrarão em São Paulo para firmar um acordo de cooperação na área de biocombustíveis.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou ontem que a tarifa de importação aplicada pelos Estados Unidos terá de ser reduzida, mesmo que em longo prazo, e que ambos os países deverão tratar do Haiti como um dos principais alvos de sua agenda de cooperação conjunta em terceiros países no setor de biocombustíveis.

Nas suas conversas com Bush, o presidente Lula tratará do protecionismo americano no setor de etanol, mas extremo cuidado para não antecipar uma pressão que possa pôr em risco esse embrião de parceria estratégica. "Não tenho expectativa de que, em uma reunião presidencial, tudo seja resolvido de uma vez, mas esse tema (a elevada tarifa de importação de etanol dos EUA) não deixará de estar sobre a mesa", afirmou Amorim.

Maior produtor mundial de etanol, ao lado do Brasil, os EUA aplicam uma tarifa de US$ 0,54 por galão importado. A tarifa não impediu aos produtores brasileiros exportar etanol ao mercado americano no ano passado. Além disso, outra parte dos embarques brasileiros de álcool hidratado foi para a Jamaica, onde passou para a transformação para anidro e acabou reexportado aos EUA com isenção de tarifa. "Drible é com a gente mesmo, como dizia o Garrincha", defendeu Amorim.

Padrões. De acordo com o ministro, o tópico mais importante do acordo bilateral será o trabalho conjunto para a adoção de padrões internacionais para a produção do etanol, o que permitirá a transformação do produto em uma commodity energética, como o petróleo. A definição dessas normas impedirá, no futuro, a adoção de "regrinhas protecionistas" em diferentes mercados.

O acordo também permitirá a cooperação bilateral nas pesquisas tecnológicas sobre a fabricação de etanol a partir de celulose - o Brasil, com o bagaço de cana, e os Estados Unidos, com as pastagens. A outra vertente do acordo sobre biocombustível será a cooperação em terceiros países. Trata-se de uma iniciativa que Lula pretende concentrar, em um primeiro momento, no Haiti, onde se prevê a instalação de usinas de etanol em médio e longo prazo.

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