Bioetanol de Cana-de-Açúcar - Energia para o Desenvolvimento Sustentável é o título do livro que o BNDES lança nesta segunda-feira (17), na abertura do Seminário Internacional sobre Biocombustível, em São Paulo. Entre as principais conclusões do livro, estão as vantagens da cana sobre out
Agência BrasilBioetanol de Cana-de-Açúcar - Energia para o Desenvolvimento Sustentável é o título do livro que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança nesta segunda-feira (17), na abertura do Seminário Internacional sobre Biocombustível, em São Paulo.
Com a íntegra disponível no site www.bioetanoldecana.org, o livro Bioetanol de Cana-de-Açúcar – Energia para o Desenvolvimento Sustentável foi elaborado e escrito pelo professor Luiz Augusto Horta Nogueira, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), com base em pesquisas realizadas por cerca de 30 especialistas.
Também colaboraram com a iniciativa, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para a América Latina e Caribe.
O trabalho é o primeiro que consolida os diversos aspectos do setor, sendo obra coletiva, porém redigida por uma só pessoa. Disso resultada, na avaliação do BNDES, “sua singularidade que é a grande unidade de estilo e conteúdo, garantindo-lhe coerência interna”.
O objetivo da obra é tornar o etanol brasileiro mais conhecido no mundo, vencer a barreira de desconfiança que ainda cerca o produto no que diz respeito a aspectos diversos da cadeia produtiva, e servir de subsídio para a abertura de um diálogo internacional no sentido de construir um mercado mundial de biocombustíveis, especificamente o etanol da cana-de-açúcar.
Entre as principais conclusões do livro, estão as vantagens da cana sobre outras matérias-primas na produção do etanol. Do ponto de vista energético, a cana chega a render até sete vezes mais que o milho usado nos Estados Unidos. Outro ponto positivo é que o aumento da demanda de cana para produzir álcool não tem impacto na segurança alimentar, já a área plantada é menor se comparada à de produção de alimentos:
“No mundo, para produzir cerca de 50 bilhões de litros de etanol por ano, são usados 15 milhões de hectares de área. Ou seja, 1% da área em uso pela agricultura no mundo, que é de 1,5 bilhão de hectares”, revela a publicação.
O organizador e escritor da obra, Luiz Augusto Horta Nogueira, professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) cita dados do último Censo Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segundo os quais a área cultivada nas propriedades agrícolas do país é de 77 milhões de hectares, que corresponde a 9% do território brasileiro. A área plantada com cana para a geração de energia é de 3,6 milhões de hectares (0,5% do território).
“Dizer que a produção de álcool no Brasil está afetando a produção de alimentos é desconhecer os dados mais fundamentais. Nós não temos problemas de restrições de terra para promover a produção de bioenergia em volume significativos. Mesmo porque com 23 milhões de hectares, que é a área plantada de soja hoje no Brasil, se colocaria 10% de álcool na gasolina a ser consumida por todos os países do mundo”.
Para Horta Nogueira não há dúvida: o etanol é viável, e sustentável, ambiental, econômica e socialmente. “Produzir biocombustíveis em escala global afeta a produção de alimentos? Considerando todas as demandas que temos de fibras, alimentos etc... existem condições de produzir biocombustíveis em volumes consideráveis sem afetar a produção de alimentos. Desde que eu faça isso de forma eficiente”, garante.
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