Tem início amanhã (18), no Rio de Janeiro, a Décima Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios da ANP. O leilão desse ano ofertará 130 blocos em terra, divididos em oito setores, em sete bacias sedimentares.

A Agência qualificou 48 das 52 empresas que manifestaram interesse em participar do leilão. Esse total é o segundo maior das rodadas para blocos exploratórios realizadas, ficando abaixo apenas da Nona, com 62 empresas. Do total das qualificadas, há 30 empresas de origem brasileira e 17 originárias de nove países estrangeiros.

Tem início amanhã (18), no Rio de Janeiro (Hotel Windsor Barra, na Av. Sernambetiba, 2630, Barra), a Décima Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O leilão desse ano ofertará 130 blocos em terra, divididos em oito setores, em sete bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Potiguar, Parecis, Recôncavo e São Francisco. No total serão oferecidos aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados em áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural.

Dos 130 blocos que serão ofertados, 100 estão em bacias maduras, sendo 35 blocos na bacia Potiguar, 21 no Recôncavo e 44 na bacia Sergipe- Alagoas. Estas três bacias representam cerca de 10% da produção de petróleo no Brasil atualmente. A oferta de áreas em bacias maduras tem como objetivos incentivar a produção em terra e dar oportunidade a empresas de pequeno e médio porte de atuarem no país.

Os outros 30 são blocos em novas fronteiras exploratórias, dos quais 7 na bacia Amazonas, 5 na bacia do Paraná, 6 na de Parecis e 12 blocos na bacia de São Francisco. A inclusão de blocos em bacias de nova fronteira é importante para aumentar o conhecimento geológico das bacias sedimentares brasileiras e permitir a descoberta de novas províncias petrolíferas.

A ANP qualificou 48 das 52 empresas que manifestaram interesse em participar da 10ª Rodada. Esse total é o segundo maior das rodadas para blocos exploratórios realizadas, ficando abaixo apenas da Nona, com 62 empresas. Do total das qualificadas, há 30 empresas de origem brasileira e 17 originárias de nove países estrangeiros.

Do total dos grupos econômicos de origem estrangeira, a maioria (cinco) é dos Estados Unidos: Anadarko, Devon, Hess Corporation, Esso e Laço Management. Em seguida, estão três do Reino Unido: Shell e British Petroleum e Perenco. Da Colômbia, estão qualificadas duas: a Ecopetrol e a Integral de Servicios Técnicos. O mesmo ocorre com relação ao Canadá, com a Brazalta e a Paramount. As demais empresas são de Angola (Sonangol), Noruega (Norse), Ilhas Cayman (Partex), Panamá (Synergy) e Portugal (Petrogal).

Entre as brasileiras, estão algumas que já são concessionárias, como Petrobras, OGX, Silver Marlin, Starfish, Petro Recôncavo, Severo Villares, S.A Brasoil, Comp, UTC, Orteng, Delp, Aurizônia, W. Washington, Queiroz Galvão e Gênesis 2000, Cheim Transportes AS, Phoenix Empreendimentos Ltda e RAL Engenharia, além de várias estreantes.

O Brasil tem 29 bacias sedimentares com maior potencial para petróleo e gás, que fazem parte de um total de área sedimentar cerca de 7,5 milhões de quilômetros quadrados. Deste total, apenas 0,3% são campos em desenvolvimento e/ou produção e 4,1% estão sob concessão. Atualmente, o Brasil é o país que dispõe da maior área sedimentar com potencial para petróleo e/ou gás ainda por explorar no mundo.

De acordo com a resolução nº 10, de 3 de setembro de 2008, é interesse do Governo Federal realizar rodadas de licitações em áreas fora do pré-sal em bacias de novas fronteiras exploratórias, bacias maduras e campos marginais com os objetivos de promover o conhecimento das bacias sedimentares, desenvolver a pequena indústria petrolífera e fixar empresas nacionais e estrangeiras no país, dando continuidade à demanda por bens e serviços locais, à geração de empregos e à distribuição de renda.

PERFIS DAS BACIAS SEDIMENTARES DA DÉCIMA RODADA

Amazonas

A bacia Paleozóica do Amazonas consiste numa área de nova fronteira, com 213 poços perfurados, sendo 107 poços pioneiros perfurados em cerca de 600.000 km2.

Dois campos de gás foram declarados comerciais na bacia em anos recentes. Além disso, são registradas diversas acumulações subcomerciais de óleo e gás na bacia. Sete blocos perfazendo cerca de 13.000 km2 estão sendo ofertados nesta 10ª Rodada, nas vizinhanças de Manaus, principal pólo regional desta parte do Brasil.

Paraná

A bacia Paleozóica do Paraná consiste na maior área sedimentar da América do Sul e se relaciona entre as maiores do mundo. Apenas 124 poços exploratórios foram perfurados numa vastidão de cerca de 1.100.000 km2 só em território brasileiro, resultando em uma única descoberta comercial de gás, o que lhe confere a categoria de bacia de nova fronteira. Ressalta-se, contudo, o estabelecimento de inúmeras descobertas sub-comerciais de óleo e gás.

Reveste-se de particular importância no cenário nacional não só por abrigar todos os atributos necessários à ocorrência de jazidas de petróleo, mas também por se situar no entorno da região mais desenvolvida do país, inserida no maior pólo consumidor da América do Sul.

Nove blocos exploratórios totalizando cerca de 28.000 km2 estão sendo ofertados na parte central da bacia, nas vizinhanças dos quais se insere o gasoduto Brasil-Bolívia.

Parecis

A bacia do Parecis consiste numa área de nova fronteira muito pouco explorada, contando apenas com dois poços exploratórios perfurados em sua vastidão de quase 400.000 km2. Representa um desafio semelhante à bacia do São Francisco já que em ambas se cogita uma geração de hidrocarbonetos em rochas bem antigas, da era proterozóica, contabilizados em mais de 600 milhões de anos de idade. A analogia entre ambas prossegue na vocação para geração de gás. Na bacia do Parecis alcança grande realce a exsudação de gás conhecida como Salto Magessi, no Rio Tele Pires, a qual consolida um sistema petrolífero ativo na área.

Estão sendo ofertados nesta 10ª Rodada seis blocos que totalizam cerca de 18.000 km2.

São Francisco

A bacia proterozóica de São Francisco, localizada na porção central do Brasil, possui aproximadamente 1.000 km de extensão na direção norte-sul e uma largura máxima de 400 km, resultando em uma área de 354.800 km2. O primeiro registro da presença de hidrocarbonetos foi a presença de gás em um poço para água na década de 70, sendo constatadas diversas outras exsudações. Existem 4 poços exploratórios na bacia, sendo que 3 recuperaram gás em testes de formação. Envolve áreas nos estados da Bahia e de Minas Gerais sendo que neste último estado foram arrematados blocos aí colocados em licitação na anterior nona rodada.

Para esta décima rodada estão sendo ofertados 12 blocos ainda na parte mineira, totalizando uma área de 26.725 km2.

Sergipe-Alagoas

A bacia Sergipe-Alagoas, localizada no nordeste brasileiro, considerada uma bacia madura, contém um volume estimado de 542,72 milhões de m3 de óleo e 51,98 bilhões de m3 de gás in situ. Possui 39 campos de óleo e/ou gás em produção e desenvolvimento, sendo 30 deles em terra. Para a décima rodada de licitações, serão oferecidos 44 blocos do setor SSEAL-T3, totalizando 1.322 km2, pouco mais de 10% da área terrestre da bacia, que é de 12.619 km2.

Potiguar

Na bacia Potiguar, considerada madura, serão ofertados 35 blocos, totalizando aproximadamente 1.055 km2, em sua porção emersa, com cerca de 31.000 km2. O esforço exploratório na bacia resultou nas primeiras descobertas comerciais na década de 70, quando foram realizados os primeiros levantamentos sísmicos que propiciaram a partir de então a descoberta de cerca de 70 campos de petróleo, dos quais 58 em terra, de onde provêm 85% da produção.

Recôncavo

A bacia do Recôncavo, primeira província petrolífera do país e a mais prolífica das bacias terrestres brasileiras, contabiliza um volume de hidrocarbonetos apropriados in situ da ordem de 7 bilhões de BOE, chegando a produzir, no final dos anos 60, a marca de 200.000 bbl/dia de óleo. Atualmente conta com cerca de 80 campos em produção aproximada de 45.000 bbl/dia de óleo.

Para a Décima Rodada estão sendo oferecidos blocos em setores que se distinguem por contemplarem de um lado, objetivos profundos (gás) adequados para empresas de médio a grande porte, e outro indicado para empresas de pequeno porte num cenário de objetivos relativamente rasos. No total são 21 blocos perfazendo 600 km².