Vitória

Lançada obra de R$ 300 milhões da termelétrica Tevisa

Jornal do Commercio
11/09/2008 05:25
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O lançamento da pedra fundamental da termelétrica de R$ 300 milhões Tevisa, de 175 MW, em Viana, na Grande Vitória, foi sinal positivo de investimento deflagrado pelos leilões de energia nova de 2007. Parceiros na obra, a finlandesa Wärtsilä (20% do capital) e o Fundo de Investimento Brasil Energia (80%) confirmaram a disposição de investir na usina, que amplia em quase um terço a oferta capixaba, hoje de 600 MW.

 

Marcelo Pedreira de Oliveira, diretor-presidente da Tevisa, lembrou que o leilão A-3 de 2007, com entrega de carga prevista para 2010, teve 100% de geração térmica. “É a prova da viabilidade das termelétricas e de sua importância para tornar o País menos dependente das chuvas,”argumentou. Ao mesmo tempo, a cerimônia foi palco de dura advertência quanto aos riscos de fracasso dos leilões deste ano, diante das mudanças de regras de última hora.

 

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo, Guilherme Dias, lembrou que a capacidade mínima de cada projeto pulou de 55% para 80% da carga contratual, e os estoques mínimos do combustível escolhido passaram de 5 para 60 ou até 90 dias, conforme o projeto. “Isso obrigará os investidores a reverem planos, e o impacto sobre os custos pode inviabilizar a presença de alguns concorrentes,” alertou.

 

O Espírito Santo é uma das localizações preferidas dos novos projetos de geração, pela demanda (o estado produz 600 MW e consome 1500 MW), a perspectiva de mercado adicional pelos grandes projetos industriais em siderurgia e exploração petrolífera, inclusive no pré-sal, e a esperada ampliação da oferta de gás natural.

 

Por conta disso, Dias apostava em rápida expansão da geração capixaba, logo que saíssem os resultados dos leilões A-3 (entrega a partir de 2011), no próximo dia 17, e A-5 (a partir de 2013). Agora, o secretário está em dúvida. “As regras foram mexidas e os leilões adiados umas quatro vezes, para as regras definitivas, que diferem de todas as anteriores, ficarem para um mês antes da entrega das propostas,” disse. Ele admtiu que houve surpresas positivas em licitações anteriores, marcadas por queixas de investidores quanto às exigências do governo.

 

Dias insistiu quanto ao risco de grupos “sérios e credenciados tecnicamente”, como a Wärtsila, uma das líderes mundiais em motores e projetos para geração térmica, ou o Fundo de Investimento Brasil Energia (integrado por UBS Pactual, BB Investimentos, BNDESPar, Petros, Funcef, Banvesprev, Real Grandeza e Infraprev), considerem pouco atrativos os novos leilões.

 

“Ficaria, então, o caminho aberto a aventureiros,” disse. Mais cauteloso que o secretário, o presidente da Tevisa destacou as perspectivas favoráveis para a termeletricidade no País. Hoje, dos 100 mil megawatts de capacidade instalada do País, 75% vem de hidrelétricas.

 

O Ministério das Minas e Energia prevê média anual entre 4% e 6% de expansão na demanda energética até 2015. Isso obriga a investimentos que ampleim a capacidade em 4 mil a 6 mil MW anuais. “As possibilidades de aproveitamento hidrelétrico estão distantes dos centros produtores, exigindo investimentos pesados em transmissão.

 

O resultado do leilão A-3 de 2007 pode repetir-se,” previu, fazendo referência aos 100% de geração térmica. Para a Tevisa, Pedreira projeta mínimo de 15% de acionamento anual, fatia que pode elevar-se em caso de seca que ameace os reservatórios das hidrelétricas ou pico de consumo. “Este ano, excepcionalmente, as térmicas foram acionadas de janeiro a abril, por conta do atraso das chuvas de dezembro,” disse.

Gerente de contratos da Wärtsila, construtora da usina de Viana em regime de turn-key (do estudo de viabilidade e projeto à construção, equipamentos e operação), Fernando Matias afirmou que os avanços na tecnologia de motores, opção mais rentável até 500 MW, tornam as térmicas a óleo pesado alternativa que pode superar as hidrelétricas até no plano ambiental.

 

“A usina não se sustenta só com a vazão do rio, precisa de reservatórios, o que aumenta muito o impacto sobre a população, a fauna e a flora,” disse.

 

O Plano Decenal de Energia prevê o aumento da parcela térmica na oferta, o que faz Matias animar-se. “Por isso apostamos no crescimento, com a experiência de quem está em 70 países, com 17 mil funcionários. O setor é muito regulado. O governo acordou para a necessidade de evitar riscos de racionamento, e a melhor forma de fazê-lo é diversificar a matriz”, assinalou.

 

Não deixou de ressalvar, contudo, que cada projeto exige análise de logística, disponibilidade de combustível e de mercado, o que remete à advertência do secretário Guilherme Dias sobre as regras dos leilões.

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