Ásia e Oceania

Japão deixa dúvidas sobre uso da energia nuclear

País revê sua política energética a cada três anos.

Valor Econômico
16/04/2014 13:54
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Embora esteja claro que o premiê Shinzo Abe não desistirá da energia nuclear, sua estratégia energética não dá indícios do grau de dependência do Japão desse tipo de energia nos próximos anos.
O Japão revê sua política energética a cada três anos. O plano aprovado pelo governo na sexta-feira é o primeiro desde o desastre nuclear da usina de Fukushima em 2011 e prioriza o futuro da energia nuclear, que já contribuiu com a maior parte da energia consumida pelo país. O plano identifica a energia nuclear como "uma importante fonte de energia de base", ou seja, capaz de fornecer eletricidade diariamente a custos baixos.
Ele prevê o religamento de reatores ociosos classificados como seguros pela agência japonesa reguladora do setor de energia. Em 2012, o governo do Partido Democrata propôs o fechamento de todos os reatores até 2030. O gabinete de Abe não concordou com isso. Mas esse plano não detalha em números a futura matriz energética do país. Em parte, isso reflete falta de transparência sobre se e quando os reatores existentes voltarão a operar. O governo, porém, também queria evitar uma provocação àqueles que participam da coalizão do governo e são céticos em relação à energia nuclear.
O plano, prevê a ampliação do uso de energias renováveis. Incluindo a produção hidrelétrica, as renováveis contribuem hoje com cerca de 10% do fornecimento de energia, parcela que se pretendia aumentar para 13,5% em 2020, e para 20% até 2030. O governo Abe planeja ultrapassar esses níveis.
Contudo, os parques eólico e solar não são muito eficientes, além de não produzirem o tempo todo. O governo faz as distribuidoras de energia comprarem toda a produção de energia renovável disponível, mas permite que elas repassem os custos para o consumidor. Uma família japonesa típica terá um acréscimo de 225 ienes (US$ 2) em sua conta mensal de energia elétrica no ano fiscal de 2014 - duas vezes e meia mais que há dois anos.
Tudo isso significa que a dependência japonesa das usinas movidas a combustíveis fósseis, hoje em torno de 90%, deve permanecer alta. Os gastos com gás natural liquefeito e outros hidrocarbonetos aumentaram em 3,6 trilhões de ienes no ano fiscal de 2013, segundo estimativas do governo. Em média, as tarifas da energia elétrica aumentaram mais de 20% em comparação a antes do acidente de Fukushima. Grande parte do crescimento do déficit comercial do Japão se deve ao aumento das importações de energia.
As distribuidoras de energia precisam modernizar ou substituir as velhas usinas movidas a combustíveis fósseis, que são propensas a acidentes. Mas elas enfrentam uma resistência ao aumento da capacidade de geração convencional de energia por causa de questões ambientais.
A redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa foi uma motivação para o primeiro plano nacional de energia do Japão, apresentado em 2003. O plano de 2010 procurou diminuir o uso de combustíveis fósseis, visando uma matriz até 2030 em que aproximadamente 70% viriam de energias renováveis e nuclear.
Desde o desastre de Fukushima, o Japão vem dependendo mais da queima de hidrocarbonetos, em substituição à energia nuclear. Diante disso, o governo Abe estabeleceu em novembro uma meta nova, e menor, para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa - e vem sendo criticado pela Europa por isso. Do jeito que as coisas estão, as empresas de energia devem acelerar a construção de novas usinas movidas a combustíveis fósseis e modernizar as já existentes. A Tokyo Electric Power, operadora da usina de Fukushima, disse que vai gerar 6 milhões de quilowatts com combustíveis fósseis - a mesma produção de seis reatores nucleares.

Embora esteja claro que o premiê Shinzo Abe não desistirá da energia nuclear, sua estratégia energética não dá indícios do grau de dependência do Japão desse tipo de energia nos próximos anos.

O Japão revê sua política energética a cada três anos. O plano aprovado pelo governo na sexta-feira é o primeiro desde o desastre nuclear da usina de Fukushima em 2011 e prioriza o futuro da energia nuclear, que já contribuiu com a maior parte da energia consumida pelo país. O plano identifica a energia nuclear como "uma importante fonte de energia de base", ou seja, capaz de fornecer eletricidade diariamente a custos baixos.

Ele prevê o religamento de reatores ociosos classificados como seguros pela agência japonesa reguladora do setor de energia. Em 2012, o governo do Partido Democrata propôs o fechamento de todos os reatores até 2030. O gabinete de Abe não concordou com isso. Mas esse plano não detalha em números a futura matriz energética do país. Em parte, isso reflete falta de transparência sobre se e quando os reatores existentes voltarão a operar. O governo, porém, também queria evitar uma provocação àqueles que participam da coalizão do governo e são céticos em relação à energia nuclear.

O plano, prevê a ampliação do uso de energias renováveis. Incluindo a produção hidrelétrica, as renováveis contribuem hoje com cerca de 10% do fornecimento de energia, parcela que se pretendia aumentar para 13,5% em 2020, e para 20% até 2030. O governo Abe planeja ultrapassar esses níveis.

Contudo, os parques eólico e solar não são muito eficientes, além de não produzirem o tempo todo. O governo faz as distribuidoras de energia comprarem toda a produção de energia renovável disponível, mas permite que elas repassem os custos para o consumidor. Uma família japonesa típica terá um acréscimo de 225 ienes (US$ 2) em sua conta mensal de energia elétrica no ano fiscal de 2014 - duas vezes e meia mais que há dois anos.

Tudo isso significa que a dependência japonesa das usinas movidas a combustíveis fósseis, hoje em torno de 90%, deve permanecer alta. Os gastos com gás natural liquefeito e outros hidrocarbonetos aumentaram em 3,6 trilhões de ienes no ano fiscal de 2013, segundo estimativas do governo. Em média, as tarifas da energia elétrica aumentaram mais de 20% em comparação a antes do acidente de Fukushima. Grande parte do crescimento do déficit comercial do Japão se deve ao aumento das importações de energia.
As distribuidoras de energia precisam modernizar ou substituir as velhas usinas movidas a combustíveis fósseis, que são propensas a acidentes. Mas elas enfrentam uma resistência ao aumento da capacidade de geração convencional de energia por causa de questões ambientais.

A redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa foi uma motivação para o primeiro plano nacional de energia do Japão, apresentado em 2003. O plano de 2010 procurou diminuir o uso de combustíveis fósseis, visando uma matriz até 2030 em que aproximadamente 70% viriam de energias renováveis e nuclear.

Desde o desastre de Fukushima, o Japão vem dependendo mais da queima de hidrocarbonetos, em substituição à energia nuclear. Diante disso, o governo Abe estabeleceu em novembro uma meta nova, e menor, para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa - e vem sendo criticado pela Europa por isso. Do jeito que as coisas estão, as empresas de energia devem acelerar a construção de novas usinas movidas a combustíveis fósseis e modernizar as já existentes. A Tokyo Electric Power, operadora da usina de Fukushima, disse que vai gerar 6 milhões de quilowatts com combustíveis fósseis - a mesma produção de seis reatores nucleares.

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