Crescimento

Itaqui é aposta para impulsionar Maranhão

<P>A principal aposta do governo do Maranhão para alavancar a economia do Estado é o porto de Itaqui. Entusiasmado com a futura instalação da siderúrgica Mearim na foz do Rio Bacabeira e com o aumento dos investimentos da Companhia Vale do Rio Doce e da Alcoa (que produz alumínio e alumina) no...

Valor Econômico
28/10/2008 00:00
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A principal aposta do governo do Maranhão para alavancar a economia do Estado é o porto de Itaqui. Entusiasmado com a futura instalação da siderúrgica Mearim na foz do Rio Bacabeira e com o aumento dos investimentos da Companhia Vale do Rio Doce e da Alcoa (que produz alumínio e alumina) no território maranhense, o governador Jackson Lago (PDT) quer transformar o porto, localizado na Baía de São Marcos, em São Luís, na principal rota de exportação de minérios e grãos do país.

Lago, governador do Maranhão, proximidade do Estado com Europa e EUA reduz o custo do transporte marítimo

Lago levou Ângelo Baptista, que até bem pouco tempo administrava o Porto de Vitória, para modernizar o similar maranhense. Convidou também os governadores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Pará e Piauí para indicarem integrantes para o Conselho de Administração do Porto (CAP). Desses estados sairão o minério e os grãos a serem embarcados nos navios estrangeiros. Embora esses últimos ainda optem por escoar a sua produção pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Precisamos criar de vez o corredor Centro-Norte: ele envolve ligações por terra, ferrovias (como a Norte-Sul) e hidrovias. Trazer esses governos para o CAP de Itaqui servirá para dar mais peso às nossas pressões. Não será apenas o Maranhão, um pequeno estado pobre, a pressionar por infra-estrutura, justifica o governador. Isso vai se somar a uma vantagem logística que Itaqui tem em relação aos demais: por estar mais próximo da Europa e dos Estados Unidos, a viagem a partir do Porto de Itaqui significa cinco dias a menos no mar. Colocar um grande cargueiro no mar significa um gasto de US$ 10 mil/dia. Saindo daqui, os exportadores economizam US$ 50 mil na viagem.

Mas a crise internacional começa a bater às margens do Estado. Antes do fantasma da recessão global, a visão mais comum era uma fila de 25, 26 navios esperando para atracar no porto e embarcar seus produtos rumo ao destino final. Hoje, quando muito, observa-se no horizonte um ou dois. É evidente que essa recessão vai nos afetar de alguma forma, o que preocupa. Ainda mais se levarmos em conta que, oficialmente, a China ainda não confirmou se passará ou não por uma desaceleração no crescimento, disse o governador.

Se as empresas poderão sofrer revezes com a diminuição no volume das exportações, a população de São Luís também poderá ser penalizada. Segundo um experiente observador do governo local, a cidade vive basicamente de crediário: financiamento imobiliário, automotivo, ou simples empréstimos pessoais e créditos consignados para que as contas fechem no fim do mês.

Dados do Detran mostram que, mensalmente, entram nas ruas da capital maranhense 2,3 mil carros novos. É comum as pessoas financiarem um carro novo, rodarem com ele um ano e passarem adiante depois, adquirindo um novo e aumentando sua dívida. Alessandro Martins, dono da principal revendedora de veículos do Estado, a Euromar, desfila pelas ruas da capital dirigindo uma Ferraria vermelha de R$ 2,5 milhões. O Estado é pobre e ele tem uma Ferrari de Ronaldinho. Aqui, as pessoas trocam de dívida, escolhem uma conta para pagar em detrimento de outras e vão se enrolando. Ano que vem, com o crédito mais caro, essa população vai à falência, lamenta um parlamentar federal que acompanha o dia-a-dia da cidade de São Luís.

Lago ainda espera que a crise no Brasil e, mais especificamente, no Maranhão, não chegue com tanta força. Dados divulgados recentemente pelo IBGE projetam para o Nordeste um ano de 2009 pior do que de 2008, mas, ainda sim, a região continuará sendo um motor para o PIB nacional. O estudo mostrou que o Maranhão, em 2008, deve ter o maior crescimento em relação aos demais estados da região, de 6,95%. No próximo ano, apesar da previsão de retração, ele ainda deve ser a unidade administrativa que mais crescerá no Nordeste: 5,06%.

Pelas conversas mantidas por Lago com a Vale, que pretende abrir uma siderúrgica na Ilha e a Petrobras, que escolheu Barcarena para instalar uma refinaria premium para exportar etanol para a Europa, ainda não há sinais de desaceleração no ritmo dos investimentos. Recentemente, o governador assinou um contrato com a Suzano Papel e Celulose, que pretende instalar uma fábrica no sul do Estado. Também fizemos uma proposta para que os estaleiros Mauá e Ensa, ambos do Rio, venham para cá produzir, além de plataformas, navios para exportar o biodiesel e o etanol da refinaria da Petrobras. Lá no Rio, por falta de espaço, eles limitaram-se a produzir plataformas, disse o governador.

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