O Iraque se prepara para licitar dez áreas de exploração de petróleo entre empresas estrangeiras, com o objetivo de ampliar drasticamente sua produção e se tornar um dos grandes países exportadores do ouro negro. A série de atentados de terça-feira em Bagdad não desanimou os representantes das 44 empresas pré-selecionadas pelo ministério iraquiano do Petróleo para a licitação, que largará amanhã.
As reservas em jogo são da ordem de 41,2 bilhões de barris, e mais da metade está em dois campos gigantescos no sul do país: Qurna-oeste 2 e Majnun, que têm 12,8 e 12,5 bilhões de barris, respectivamente. Os outros campos estão situados na região de Bagdá, na zona da fronteira com o Irã e no norte do país.
"As licitações têm uma enorme importância porque devem permitir aumentar, de forma substancial, a capacidade de produção do país", disse à agência France-Presse o analista Alex Munton, da Wood Mackenzie. "Estão entre os maiores campos de petróleo do mundo e oportunidades tão boas não existem em outros lugares".
O Iraque possui a terceira maior reserva de petróleo do planeta, com 115 bilhões de barris, atrás apenas de Arábia Saudita e Irã, mas o embargo desde 1990 e as guerras mantiveram a produção em níveis mínimos. Atualmente, o país produz 2,4 milhões de barris diários, que respondem por 85% dos recursos do Estado.
Na corrida pela exploração estão companhias americanas, incluindo ExxonMobil e Chevron, japonesas, russas, britânicas, chinesas, indianas, italianas e francesa. "A competição será acirrada porque as grandes companhias percebem que é a última oportunidade de entrar no país", disse a especialista Ruba Husari.
Os envelopes serão abertos em ato público e para vencer a licitação as companhias deverão fazer a melhor proposta para aumentar a produção com a menor remuneração. A licitação só envolverá contratos de serviços, já que o Iraque se nega a compartilhar a produção. "O fato do país precisar desesperadamente de ajuda externa não significa que vá ceder em tudo", destacou Husari.
O Iraque pretende se tornar, até 2015, um dos principais produtores mundiais de petróleo, após ter conseguido estabelecer a base da remuneração que oferecerá aos consórcios estrangeiros.