Petroquímica

Ipiranga flerta com Petrobras

Jornal do Brasil
03/10/2005 03:00
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Grupo estuda entrada da estatal em sua petroquímica para evitar perda na Copesul

Principal perdedor do mercado, segundo analistas, com o possível aumento de capital da Petrobras na Braskem, o Grupo Ipiranga já começou a se movimentar para evitar que a operação dilua sua participação na Copesul, a central de matérias-primas do Pólo Petroquímico de Triunfo (RS).

Embora executivos do grupo ainda aguardem o dia 30 de março para definir que ações serão tomadas, pelo menos uma das cinco famílias controladoras do Grupo Ipiranga já admite internamente a possibilidade de abrir uma parte do capital da Ipiranga Petroquímica (IPQ) para a entrada da Petrobras Química S.A (Petroquisa).

Nos mesmos moldes da operação com a Braskem, esse movimento financiaria os recursos necessários para o aumento de capital da IPQ na Copesul. Na prática, isso garantiria a manutenção da igualdade de posições da Ipiranga com a Braskem na mais moderna central de matérias-primas do país.

Para viabilizar a operação, a Ipiranga tem a seu favor o acordo de acionistas da Copesul, que prevê o direito de preferência do grupo em qualquer movimento societário na central. Tanto a Petrobras quanto a Braskem teriam que chegar a um acordo com as cinco famílias controladoras da IPQ, caso a estatal realmente passe a integrar o bloco de controle da Braskem. Executivos do setor argumentam que, do contrário, a Petrobras poderia ser acusada de favorecimento ao grupo Odebrecht. De qualquer maneira, a operação, ainda que não tenha sido concluída, contribuiu para azedar ainda mais as já turbulentas relações da Petrobras com a Ipiranga.

Por causa da política de preços dos combustíveis da Petrobras, a refinaria Ipiranga chegou a uma situação de inviabilidade financeira. O impacto para os últimos balanços do grupo só não foi pior porque a estrutura societária da Ipiranga permite que o prejuízo da refinaria seja mitigado pelas suas participações nas demais empresas do grupo. O mercado argumenta que, desde que o petróleo iniciou sua trajetória de alta, no fim de 2003, a Petrobras não tem repassado integralmente as variações da cotação internacional da commodity para os preços da gasolina e do óleo diesel.

Previsto pelo acordo de acionistas que criou a Braskem em 2002, o aumento de capital da Petrobras na empresa do grupo Odebrecht prevê a elevação da atual participação de 10% para 30%. Um acordo assinado pelas duas empresas na última quinta-feira permitiu a dilatação do prazo para a Petrobras decidir se aumenta ou não essa participação. Anteriormente previsto para 31 de dezembro deste ano, o prazo passou para 31 de março de 2006.

No mesmo comunicado, as empresas afirmam que, caso isso se confirme, a Petrobras vai incorporar à Braskem as participações da Petroquisa na Copesul (15,63%), na Petroquímica Triunfo (85,4%) - empresa de segunda geração do Pólo do Sul - e na futura Petroquímica Paulinia (40%), fábrica de polipropileno que será construída com a Braskem em São Paulo. O diretor de Relações Corporativas da Braskem, Alexandrino Alencar, justificou a dilatação do prazo ao revelar que, até 31 de dezembro, não seria possível concluir a auditoria prevista por esse mesmo acordo nos ativos envolvidos na operação.

O analista de petroquímica do Banco do Brasil, Marcos Tisser, afirma que, se a operação com a Braskem for concretizada em março do próximo ano, a Ipiranga será a maior perdedora. Detentora apenas da Ipiranga Petroquímica, e por conseguinte da participação na Copesul, o grupo ficaria em uma situação de fragilidade que poderia resultar, até mesmo, em sua venda. Objeto do desejo do mercado petroquímico nos últimos cinco anos, a IPQ já teria sido sondada pela Braskem, pela Petroleos de Venezuela S.A (PDVSA) e até mesmo pela própria Petrobras.

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