Infraestrutura

Investimentos em infraestrutura só virá com segurança jurídica e bons projetos

Redação/Assessoria CNI
10/09/2018 13:23
Investimentos em infraestrutura só virá com segurança jurídica e bons projetos Imagem: Divulgação Visualizações: 826 (0) (0) (0) (0)

Institucional

O desenvolvimento da infraestrutura do Brasil tem esbarrado na insegurança jurídica provocada por normas frágeis, excessos de controle e interferência política em obras estratégicas. O estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) - Segurança jurídica e governança na infraestrutura - faz um diagnóstico dos entraves ao desenvolvimento do setor e apresenta sugestões para o país fortalecer os projetos e ampliar investimentos em obras e empreendimentos. O trabalho faz parte de uma série de 43 documentos sobre temas estratégicos que a CNI entregou aos candidatos à Presidência da República.

“A governança dos projetos de infraestrutura no Brasil é ruim e falta segurança jurídica para diversos atores nessa área, o que compromete a eficiência da gestão pública. Isso se revela em centenas de obras de infraestrutura paralisadas e em projetos que custam e demoram muito mais para ser implementados do que o previsto”, destaca o estudo da CNI.

De acordo com o trabalho, a má governança resulta, em grande parte, da carência de recursos humanos e materiais nos órgãos públicos responsáveis por selecionar, estruturar, executar e monitorar os projetos de infraestrutura. “A baixa qualidade não apenas eleva o risco de investir, em virtude da má regulação, mas também onera o custo do projeto e alonga sua implantação, reduzindo o retorno e a atratividade dos investimentos”, diz o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.

Comparação com outros países

O estudo aponta que, em países como Austrália, Estados Unidos e Alemanha, os processos de seleção de projetos de infraestrutura e a decisão de como concretiza-los passa por uma série de análises técnicas de diversos órgãos dos governos. As avaliações são feitas anteriormente à execução dos projetos e evitam futuras paralisações ou alterações, aumentando a segurança jurídica.

Inoperância e desequilíbrio

No Brasil, além de projetos mal elaborados, há uma quase completa inoperância dos órgãos de controle interno, o que faz com que os investimentos de infraestrutura apresentem inúmeros problemas. Esse quadro muitas vezes leva a paralisações, seja por iniciativa dos órgãos de controle, seja por receio dos gestores de assumir a responsabilidade por avançar com as obras.

“A segurança jurídica também visa dar ao indivíduo previsibilidade na sua atuação enquanto agente social, econômico e político”, destaca o gerente da CNI. Os órgãos de controles externos, por contarem com mais recursos, autonomia e segurança jurídica que os gestores, têm identificado inúmeros desses problemas. Isso tem gerado uma relação pouco construtiva entre gestores e controladores, pois os problemas são recorrentes e enfrentados apenas com base em prognósticos ou suposições.

Wagner Cardoso enfatiza que quando se trata de grandes projetos, cuja paralisação implica prejuízos elevados para a sociedade, a rápida solução de conflitos pode poupar grandes somas de recursos. Nesse sentido, a CNI recomenda que grandes projetos de infraestrutura contenham cláusula de arbitragem, procedimento já aceito em contratos com o poder público.

Recomendações

Entre as recomendações da CNI para que o país supere a insegurança jurídica e volte a atrair investimentos para a infraestrutura estão: fortalecer o macro e o microplanejamento do setor; equipar os órgãos responsáveis por estruturar e executar projetos de infraestrutura; tornar os órgãos de controle interno mais operacionais; realizar estudos mais elaborados antes da execução dos projetos; modernizar a Lei de Licitações; e adotar a arbitragem para a solução de conflitos em grandes projetos – esta seria uma forma eficaz de se aumentar a rapidez e eficiência da resolução de contratos.

O especialista em infraestrutura Armando Castelar defende que o governo mantenha uma unidade central de infraestrutura nos moldes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para preparar bons projetos e fazer interação com órgãos de controle. “A insegurança jurídica impede o empresário de fazer conta. Você não consegue calcular se o projeto ou a atividade econômica faz ou não sentido. Chegamos a um ponto em que o investidor tem dinheiro, mas não consegue fazer a conta se será viável entrar no projeto”, diz Castelar.

Ações para o Brasil crescer mais e melhor

Os 43 documentos com propostas da CNI para o novo governo foram elaborados com base no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que aponta os caminhos para o Brasil construir, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. Os estudos sugerem ações em áreas como eficiência do estado, segurança jurídica, infraestrutura, tributação, educação, meio ambiente, inovação, financiamento e segurança pública.

As propostas foram discutidas com os presidenciáveis durante o Diálogo da Indústria com os Candidatos à Presidência da República, em Brasília. A CNI apresenta as propostas da indústria aos presidenciáveis desde a eleição de 1994.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Internacional
Conflito no Oriente Médio pode elevar os custos de produ...
23/06/25
COP30
IBP realiza segundo evento Pré-COP30 em Belém
23/06/25
Rio de Janeiro
Innovarpel 2025: especialista fala sobre nova era da cib...
23/06/25
Copastur
Copastur destaca estratégia de expansão no Nordeste e fo...
23/06/25
Rio de Janeiro
Wilson Sons inicia operação com energia 100% renovável n...
23/06/25
Etanol
Anidro sobe 0,39% e hidratado registra alta de 1,15% na ...
23/06/25
Pessoas
Cristian Manzur é o novo diretor de QHSE do Bureau Verit...
23/06/25
Firjan
Indústria Criativa impulsiona economia e já representa R...
20/06/25
IBP
Leilão da 5ª Oferta Permanente tem bônus recorde
20/06/25
Tenaris
Tenaris aposta no onshore nordestino com soluções logíst...
20/06/25
Comemoração
Avanços da Inteligência Artificial no setor de petróleo ...
20/06/25
ETEP
ETEP destaca tradição, certificações internacionais e fo...
20/06/25
PPSA
Com 6,36 milhões de m³ por dia em abril, produção de gás...
20/06/25
Treinamento
OneSubsea e Senai Paraná lançam nova edição de programa ...
20/06/25
RenovaBio
AGU garante aplicação de metas de descarbonização defini...
18/06/25
Sebrae Amapá
Josiel Alcolumbre defende qualificação de mão de obra no...
18/06/25
Logística
Nova pista do Aeroporto de Macaé é inaugurada como case ...
18/06/25
Oferta Permanente
Oferta Permanente de Concessão (OPC): 5º Ciclo tem recor...
18/06/25
Apollo
Apollo destaca contrato com a Petrobras e aposta em inov...
18/06/25
RNEST
Petrobras assina contratos para a retomada da construção...
18/06/25
PPSA
10 empresas são habilitadas para disputar 74,5 milhões d...
18/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22