Agência Estado
Os preços do petróleo interromperam uma seqüência de seis quedas consecutivas e encerraram hoje com leve alta, impulsionados pela potencial ameaça do furacão Ike à produção do Golfo do México, depois de serem influenciados negativamente pela valorização do dólar. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos futuros de petróleo com vencimento em outubro subiram US$ 0,11 (0,10%) e fecharam a US$ 106,34 por barril. Incluindo as transações do sistema eletrônico Globex, o preço mínimo do dia foi de US$ 104,70 e o máxima, de US$ 106,23.
Em Londres, no sistema eletrônico da ICE Futures, os contratos de petróleo Brent para outubro caíram US$ 0,65 (0,62%) e fecharam a US$ 103,44 por barril. A mínima foi de US$ 102,34 e a máxima de US$ 106,90.
O petróleo sofreu liquidação durante o dia por conta da valorização do dólar, que atingiu o maior patamar em 11 meses ante o euro após o anúncio do plano do Departamento do Tesouro dos EUA para assumir o controle das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac.
"A força do dólar geralmente significa fraqueza para as commodities, como o petróleo", afirmou Christopher Mennis, presidente da corretora New Wave Energy LLC na Califórnia. Caso o dólar continue subindo, "acredito que este será o fim do boom das commodities, apesar do que muitos dos que acreditam na alta do mercado dirão."
O petróleo recuou mais de US$ 40 em comparação ao recorde registrado em 11 de julho, de US$ 147,27 o barril durante as negociações, fator que será levado em consideração durante a reunião dos representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) amanhã, em Viena. O grupo decidirá se mantém, reduz ou aumenta a produção. A maior parte dos analistas acredita que a Opep manterá as cotas oficiais de produção, que somam 29,7 milhões de barris por dia para os 12 países e correspondem a mais de um terço da produção mundial.
Em agosto, os países da Opep excederam o limite da cota em aproximadamente 600 mil barris por dia, o que levou alguns ministros do grupo a pedir mais disciplina. "Não estamos pedindo um corte no momento", disse o representante do Irã na Opep, Mohammad Ali Khatibi. "Simplesmente queremos que os países membros sigam as cotas que foram estipuladas".
O presidente da Opep, Chakib Khelil, afirmou que o mercado global de petróleo está adequadamente abastecido e pode ser atingido por uma oferta excessiva do produto no fim deste ano. De acordo com o boletim Middle East Economic Survey, a Arábia Saudita e seus aliados no Golfo Persa estariam prontos para defender um preço de US$ 80 o barril caso o mercado continuasse a cair neste ano.
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