Mossoró Oil & Gas Expo

Integração energética gera ‘mar de oportunidade’ para o RN

No Mossoró Oil & Gas Energy , nesta terça-feira (26), especialistas destacam potencial do Estado para liderar coexistência de matrizes fóssil e renovável.

Redação TN Petróleo/Assessoria Sebrae RN
27/11/2024 08:09
Integração energética gera ‘mar de oportunidade’ para o RN Imagem: Allan Phablo/Divulgação Visualizações: 1729

A integração energética se impõe como realidade inevitável e até necessária, em face de cenário global de crescente demanda por energia. Nesse cenário, o Rio Grande do Norte reúne potencial para ser destaque mundial na coexistência entre fontes fósseis e renováveis, no contexto da transição para matriz energética mais limpa e eficiente. A ênfase a essa vocação foi um dos destaques do primeiro dia do Mossoró Oil & Gas Energy, nesta terça-feira (26), no Expocenter Ufersa, em Mossoró/RN.

Na conferência de abertura, “O onshore brasileiro como vetor de integração energética”, na Arena Eneva Petróleo, Gtás e Energia, especialistas destacaram papéis essenciais e complementares entre o petróleo e gás e as energias solar e eólica, que guardam semelhanças, não apenas diferenças. E, segundo os conferencistas, o Rio Grande do Norte dispõe de condições para virar referência nessa simbiose energética.

Mediador da conferência, o ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates (foto) classificou a integração energética como essencial, sobretudo, no Rio Grande do Norte. “Até pela importância de descarbonizar a produção de petróleo. Além disso, há diversas situações nas quais o petróleo se aproxima das fontes eólica e solar. É o caso da relação com prioritários das terras, a integração com a economia local”, observa.

Portanto, o cenário, segundo Prates, é amplamente favorável para transformar o Rio Grande do Norte no melhor ambiente do mundo para investir em petróleo descarbonizado e em energia renováveis. “Sem falar no offshore em águas rasas, que é outra imensa janela de oportunidade, barata e viável”, acrescenta.

O diretor da TAG (referência em transporte de energia), Ovídio Quintana, ao abordar o aspecto logístico, concordou com Prates. “A cadeia é integrada, há muita sinergia a ser explorada nesse lado logístico (entre as indústrias do petróleo e as renováveis)”, frisou, destacando como a preponderante nesse cenário o mercado de gás natural, que cresceu no Nordeste nos últimos três e que possui projeções futuras favoráveis.

Protagonismo

Se o Rio Grande do Norte tem potencial para ser líder, Mossoró dispõe de vocação para ser protagonista nessa nova realidade. Trata-se da avaliação do diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello. Na visão dele, não é mais possível abordar energia de maneira separada, falando apenas de energia eólica, solar ou petróleo. “Temos sol, vento, óleo e gás, e Mossoró liderando o ambiente de negócios, onde empresas estão instaladas”, analisa.

É em Mossoró, por exemplo, onde a Voltalia, empresa que atua em 20 países, mantém seu principal centro de operações do mundo. Rodrigo Mello acrescenta que, no contexto da integração energética, Mossoró e o Rio Grande do Norte podem liderar o novo modelo de coexistência entre óleo e gás e energias renováveis, a partir de duas perspectivas.

“A primeira é que a sociedade está enxergando outra forma de consumir energia, com transição energética, descarbonização. Empresas de óleo e gás começam a se aproximar das de energia, querendo descarbonizar. E a segunda perspectiva, mais pujante e gigantesca, é o mar como grande fonte de produção de energia, renováveis e de óleo e gás. O Rio Grande do Norte tem competitividade, achatou o custo de produção em cinco vezes em 15 anos. Ou seja, tem condições de fazer inveja ao mundo na nova fronteira no offshore. Com certeza, a integração energética vai gera um mar de oportunidades para o nosso Estado”, avaliou o diretor do ISI-ER, o antigo CTGás da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern).

Segundo Eduardo Rêgo Cavalcante, diretor de Operação e Manutenção da Voltália, as empresas de petróleo e de renováveis já coexistem em várias áreas, como em projetos em Serra do Mel e Areia Branca (cluster Serra Branca). “Projetos de renováveis também nascem próximo à exploração de óleo e gás e compartilham vários pontos, como a segurança patrimonial. Empresas fornecedoras na área de óleo e gás passam a prestar serviços também às renováveis. Com essa integração das fontes, o Brasil tem potencial para ser referência mundial em neoindustrialização”, destaca.

Desafios

Para o Rio Grande do Norte e o Brasil se tornarem essa potência mundial, contudo, precisam superar obstáculos. A fim de fortalecer a integração energética, Jean Paul Prates considera imprescindível fundir a regulação em uma única agência, unificando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que, aliás, propôs quando era senador.

Eduardo Cavalcante defende mais segurança jurídica para o investidor, e Ovídio Quintana propõe estímulo a demandas localizadas de energia. “Não só produzir para outras regiões, mas também consumir aqui, olhando o sistema de forma integrada, e não separado”. Na mesma linha, de uso da energia local, segue Rodrigo Mello.

“Se aqui está sobrando energia hoje, por que a gente não consome essa energia aqui? Se há o problema de escoamento e tributação no consumo, não precisa escoar tanto e traz o consumo pra cá. Gera mão de obra, movimenta a cadeia econômica. Ganha o imposto sobre consumo aqui e tira o gargalo do escoamento. Temos capacidade para receber data centers, por exemplo. A Fiern tem discutido isso”, frisou.

Considerado o maior evento de petróleo e gás da América Latina, o Mossoró Oil & Gas Expo virou, este ano, Mossoró Oil & Gas Energy e passou a contemplar energia como um todo no seu escopo. O evento, realizado pela Redepetro RN com o apoio do Sebrae RN, continua até amanhã (28), com feiras de negócios (200 estandes), conferências, rodada de negócios e diversas outras atrações, no Expocenter Ufersa.
 

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