Meio ambiente

Inspeção de veículos a diesel em São Paulo

Redação/Assessoria
03/02/2017 10:11
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Uma antiga reivindicação do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), o controle da qualidade de ar do Estado de São Paulo, poderá começar a se tornar realidade a partir de 2018.

Uma reunião realizada ontem na Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, com a presença do Proam, representantes da sociedade civil e fabricantes de veículos (Anfavea), fechou um acordo para que seja implantada a inspeção de veículos a diesel no Estado já no próximo ano.

Os veículos a diesel, tanto os automóveis como as motocicletas e os caminhões, são responsáveis por elevados níveis de poluição nas grandes metrópoles, como São Paulo, e provocam a morte de milhares de pessoas, além de gastos altos com a saúde pública.

A ausência de filtros adequados nos escapamentos dos veículos, do tipo retrofit, que retêm o material nocivo à saúde (a chamada fumaça preta), causa a morte de quatro mil a cinco paulistanos por ano, além de 17 mil em todo o Estado, dos quais a maioria crianças e idosos. Um estudo nesse sentido foi feito por especialistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Além disso, os gastos do Estado de São Paulo por problemas de saúde decorrentes da poluição chegam a R$ 300 milhões por ano.

Segundo o presidente do Proam, Carlos Bocuhy, o governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, finalmente dá um passo importante “para suprir essa lacuna de falta de um controle maior dos veículos a diesel”. A solução, conforme Bocuhy, passa pela inspeção veicular.

“A inspeção veicular obrigatória é uma necessidade urgente, porque a falta de manutenção dos veículos acaba provocando na metrópole um estado de poluição”, lembra o ambientalista. A emissão é grave não apenas por parte dos veículos pesados e automóveis. As motos também contribuem para agravar a situação.

Conforme o presidente do Proam, a durabilidade dos catalisadores nas motocicletas é de apenas 18 mil km, mas os motoboys rodam por ano muito mais que isso, sem ser feita a substituição do equipamento. “Uma moto nova, num serviço de motofrete, supera os 18 mil km em três a quatro meses. Depois desse período, estará lançando a carga total de poluição, porque seu catalisador não funciona mais”, diz Bocuhy.

Além disso, de acordo com o ambientalista, a durabilidade dos catalisadores nos veículos no Brasil é de apenas 80 mil km, enquanto na Europa é o dobro, 160 mil. “É muito importante a inspeção veicular, porque vai permitir o controle das emissões e mostrar, quando for o caso, a necessidade de substituição dos equipamentos. ”

O presidente do Proam participou hoje, em Brasília, de uma reunião da Câmara Técnica de Controle Ambiental, ligada ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), para discutir os padrões de qualidade do ar no Brasil. “Esses padrões estão defasados em 27 anos. São de 1990. Temos de rever os números, para que os processos de controle se tornem mais eficientes”, afirma Bocuhy.

Sobre o Proam

O Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) é uma organização não-governamental que estimula ações e políticas públicas com a finalidade de tornar o ambiente saudável, principalmente em grandes áreas urbanas. Fundada em abril de 2003, a ONG é presidida pelo ambientalista Carlos Bocuhy (conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama).

Desde sua fundação, o Proam tem trabalhado em defesa da boa normatização e indicadores ambientais para a elaboração de políticas públicas, realizando diagnósticos ambientais, vistorias, denúncias e cobrança de soluções e da eficácia na atuação dos órgãos competentes. Além disso, a ONG desenvolveu a campanha ambiental "Billings, Eu te quero Viva!" e o programa Metrópoles Saudáveis. Este programa, atualmente em andamento, é coordenado pelo Proam e apoiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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