Tecnologia abrangente

Inovatec apresenta inovações na área de energia

Apresentar ao mercado novas tecnologias que vão desde uma enciclopédia virtual da violência a produtos voltados para inclusão social é a idéia da 5ª edição da Inovatec. Até esta sexta-feira (9), a maior feira de tecnologia da América Latina reúne em Belo Horizonte, pesquisadores, institu

Redação
09/10/2009 14:00
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Apresentar ao mercado novas tecnologias que vão desde uma enciclopédia virtual da violência a produtos voltados para inclusão social é a idéia da 5ª edição da Inovatec. Até esta sexta-feira (9), a maior feira de tecnologia da América Latina reúne em Belo Horizonte, pesquisadores, instituições de ensino e pesquisa e empresas. A troca de experiências e a geração de negócios são complementadas por cursos, palestras, oficinas e workshops.

 

Para os irmãos estudantes de Engenharia Eletrônica e de Controle e Automação da Puc Minas, Ronald e Stéfano Assis, a feira é a melhor oportunidade para lançar no mercado sua nova invenção: o Porteiro Virtual. “O projeto nasceu de uma necessidade minha. Quando fui morar sozinho, passava o dia inteiro fora de casa, mas precisava de um jeito para receber prestadores de serviço”, conta Ronald. Daí surgiu uma placa eletrônica que aclopada ao interfone, origina chamadas para um telefone celular e permite a comunicação entre quem está esperando no portão e o proprietário da residência.  Além da possibilidade de atender o interfone pelo celular, o produto permite que o portão seja aberto usando as teclas do telefone, aliando segurança e comodidade. “Ele pode ser muito útil para os filhos quando esquecem a chave e os pais não estão em casa”, exemplificam os inventores.

 

Os visitantes da Inovatec já podem adquirir o produto sob encomenda no valor de R$350. “O preço do porteiro eletrônico vem para mudar a tendência das mercadorias do ramo da automação residencial que normalmente são inacessíveis à grande maioria da população”, completa Stéfano. A inovação dos dois irmãos foi desenvolvida na 2ª edição do Projeto Alberto Santos Dumont, aberto aos alunos de engenharia da Puc Minas. O projeto tem como foco a transformação de protótipos em produtos viáveis que possam ser comercializados, gerando negócios para os estudantes.

 

Outra invenção criada no mesmo projeto é o capacete desenvolvido para crianças com paralisia cerebral. De acordo com Cláudio Campos, professor de engenharia eletrônica e de telecomunicações da universidade e orientador do grupo que desenvolveu o projeto ainda em fase de protótipo, a idéia é gerar maior interação entre as crianças e as pessoas de sua convivência. O aparelho consiste em um software que instalado em um computador, faz a comunicação com um sensor colocado no capacete. A tela da máquina mostra ilustrações comuns no dia-a-dia da criança, e os movimentos da cabeça feitos por ela permite que o computador forme frases como “quero sair de casa”, expressando para os pais os desejos e sentimentos dos filhos.  

 

“Pretendemos também incentivar a conversa entre profissionais que trabalham com crianças deficientes, como fisioterapeutas e pedagogos, visando a melhoria do invento”, comenta. O capacete já é uma versão aperfeiçoada de um produto que pretendia atingir resultados semelhantes: a Prancha de Comunicação. Porém, ao contrário dela, o capacete distingue os movimentos voluntários dos involuntários e permite que a mesma programação seja aplicada em outros meios, como a televisão. Além disso, as peças que compõem a nova invenção não custam mais do que R$30, enquanto a antiga prancha não sai por menos de R$500.

 

Na abertura do Inovatec ontem, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, destacou a importância da prefeitura em investir cada vez mais no ramo da economia do conhecimento. “Reativamos recentemente o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, com representação de todos os setores. Já temos vários grupos temáticos, inclusive um voltado para a cadeia produtiva da saúde. Publicamos recentemente um decreto, gerando incentivos que certamente irão contemplar empresas de base tecnológica”, afirmou.

 

O intuito de conhecer a política voltada para ciências e tecnologias em Belo Horizonte e a vontade de apresentar um novo produto em outro estado, foi o que trouxe o cearense Vasco Furtado à capital mineira. Professor e pesquisador da área de informática da Universidade de Fortaleza (Unifor), Furtado desenvolveu há dois anos o Wikicrimes, espécie de enciclopédia virtual colaborativa que cria um “mapa global da criminalidade”. O programa está apto a gerar um mapa de qualquer cidade do mundo e os cidadãos comuns podem “marcar” pontos em que sofreram algum tipo de violência.

 

Além das denúncias, o Wikicrimes solicita ao usuário que credite algum motivo  que explique a ação criminosa, como “falta de policiamento” ou “tráfico de drogas”. “O programa serve para complementar as informações oficiais, já que muitas pessoas sofrem violência e não vão à polícia, além de servir de indicação para o poder público agir”, argumenta o criador.

 

Segundo ele, o “mapa global da criminalidade” teve forte adesão em Fortaleza e o objetivo é divulgá-lo inicialmente em outras capitais. Após a boa aceitação desse projeto inicial, Furtado acaba de desenvolver um site com o mesmo propósito de denúncia, porém, mais abrangente, o Wikimapps. Nele, o usuário pode desenvolver um mapa que comporte qualquer assunto. Furtado fez recentemente o Wikibarulho, que indica pontos de poluição sonora na cidade. “Essa ferramenta se adapta ao interesse de cada um. Posso fazer assim como um Wikibarulho, um mapa para reclamar a limpeza da cidade, por exemplo. Um aluno meu fez um para sinalizar onde estão as cervejas geladas em Fortaleza”, brinca.

 

Outro produto apresentado na Inovatec que foi pensado para se adaptar a diferentes tipos de interesse é a máquina que produz briquetes de biomassa florestal. Projetada pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Rocha, o equipamento pode usar diferentes tipos de resíduos para fabricar produtos como lenha e carvão com capacidade energética três vezes maior que os convencionais.

 

Além da possibilidade do uso de matérias prima diferentes, como cascas de arroz e serragem, o aparelho de R$50 mil permite a regulagem do quebrador que define o tamanho e o diâmetro dos briquetes. Além disso, a máquina permite que o produto final venha “furado” no centro, o que facilita o momento da queima.
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