Redação TN Petróleo/Assessoria Ineep
A tendência de queda que tem marcado o preço do barril do petróleo ao longo de 2025 ainda não se refletiu para o consumidor final no mercado dos derivados, sobretudo para a gasolina e o GLP, conhecido como o gás de cozinha. É o que revela o Boletim de Preços dos Combustíveis nº 30 do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que analisa os preços no período de janeiro a outubro último.
O preço da gasolina A comum, que considera a média ponderada de todas as refinarias, entre as quais a Petrobras, teve queda de 21,3% entre janeiro e outubro. Esse movimento não chegou ao preço final, que subiu de R$ 6,18, em janeiro, para R$ 6,20, em outubro, um acréscimo de 0,3%. A principal razão foi o salto de 31,3% no valor da margem de distribuição e revenda, saindo de R$ 0,96 para R$ 1,26 no mesmo período.
O GLP também reagiu à redução da cotação do peço petróleo no mercado externo: o Preço de Paridade de Importação (PPI) desse combustível registrou em outubro uma queda considerável de 6,6% após meses de estabilidade. Apesar disso, não houve redução nos preços nas refinarias nem para os consumidores. Pelo contrário: ao longo do ano seus preços sofreram sucessivos aumentos e, em outubro, atingiram, pela primeira vez, um patamar superior ao máximo registrado nos últimos cinco anos. Esse movimento foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento da margem bruta de distribuição e revenda, que cresceu 8,3% entre janeiro e outubro.
"A queda dos preços internacionais cria uma situação ambígua: reduz pressões sobre a inflação no curto prazo, mas tende a fragilizar as receitas da Petrobras e pode ameaçar investimentos estratégicos. Diante disso, torna-se essencial que a companhia e o governo mantenham salvaguardas para preservar projetos estratégicos de refino, biocombustíveis e transição energética – áreas que aumentam o valor agregado da produção e reduzem a vulnerabilidade a choques externos – enquanto utilizam momentos de preços menores para aliviar custos domésticos de energia", alerta o Boletim de Preços do Ineep na sua edição de outubro.
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