Jornal do Commercio
A indústria europeia está em colapso. Dados divulgados pela Comissão Europeia nesta quinta-feira (12) indicam queda recorde na produção industrial da zona do euro. Entre novembro e dezembro de 2008, o recuo foi de 2,6%. Em relação a dezembro de 2007, a redução foi de 12% - o pior índice desde que a produção no continente começou a ser monitorada de forma conjunta, em 1990. “Esses dados são inéditos. A profundidade da crise é algo jamais visto”, afirmou Günter Verheugen, comissário da UE para Indústria.
O temor é de que o tombo se torne mais uma pressão por medidas protecionistas na região. No início da crise, a perspectiva era de que a queda industrial seria de 7,7%. O pior resultado foi no setor de máquinas e equipamentos, queda de 20%. No setor de bens duráveis, a retração foi de 14,5% ante dezembro de 2007. Na variação mensal, a queda mais forte foi registrada na Alemanha, de 4,9%. Um recuo de 2,5% foi registrado na Itália. Na França, foi de 1,8%.
Nos 27 países da UE, a produção diminuiu 2,3% em dezembro ante novembro e 11,5% em base anual. “A crise está se mostrando mais longa e profunda que imaginávamos”, afirmou Erkki Liikanen, um dos representantes do Banco Central Europeu, que não descarta um novo corte de taxa de juros no continente.
RECESSÃO. Nesta sexta-feira, os três pilares econômicos da zona do euro - Itália, França e Alemanha - anunciam números de suas economias e todos devem confirmar encolhimento.
Também nesta quinta-feira, a Irlanda socorreu bancos, com um novo pacote de US$ 9 bilhões. A previsão da UE é de que a zona do euro sofra uma contração de 1,3% no primeiro trimestre de 2009. Mas novos dados podem indicar uma queda maior.
Uma pesquisa feita pelo BCE publicada nesta quinta-feira aponta que o mercado prevê que, em 2010, a economia da região ainda estará estagnada. O crescimento seria de meros 0,6% Com isso, a tentação de proteger as indústrias começa a dividir a Europa. Para coordenar posições e tentar evitar uma escalada protecionista, o bloco convocou duas reuniões de cúpula no mês de março.
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