Valor Econômico/ag.
Grupos indianos e russos fecharam um acordo para a compra da Basell, a maior companhia petroquímica da Europa. Os detalhes do acordo, que pode valer mais de 4 bilhões de euros, pode ser divulgado ainda hoje.
A Access, grupo controlado pelo bilionário russo Leonard Blavatnik, se uniu à Haldia Petrochemicals, da Índia, para adquirir conjuntamente a empresa petroquímica, que é controlada pela gigante química alemã Basf e a anglo-holandesa Royal Dutch/Shell. A Haldia é liderada pelo grupo Chatterjee, ligado ao indiano Purnendu Chatterjee. Blavatnik, da Access, fez fortuna na indústria russa de petróleo.
Criada em 2000, a Basell, que produz resinas termoplásticas como polietileno e polipropileno, tem fábricas nos cinco continentes e vende para mais de 4 mil clientes. Suas vendas são estimadas em 6,7 bilhões de euros.
O desfecho do negócio tem interesses no Brasil. O maior ativo da Basell na América Latina é a Polibrasil, fabricante de polipropileno, controlada conjuntamente com o grupo Suzano. A companhia brasileira, que tem metade das ações da Polibrasil, aguarda que o novo controladora da Basell manifeste seu interesse em permanecer na empresa. Caso opte em sair, a Suzano é compradora.
A proposta vencedora derrotou a oferta feita pela estatal de petróleo iraniano National Petrochemical Company (NPC) após ter surgido pressões de que que o acordo com o Irã infringiria as leis dos EUA, onde a Basell possui fábrica no Estado americano da Louisiana. Em fevereiro, o presidente da Basell, Volker Trautz, disse em um memorando confidencial que "a inclusão da NPC cria uma situação especial por causa das regulamentações americanas relativas ao Irã. Sendo assim, as atividades do processo de transação dos acionistas ligados à NPC estão sendo cuidadosamente consideradas para assegurar sua total concordância com a lei americana".
Mohammad-Reza Nematzadeh, diretor da NPC, disse ontem que "apesar de a companhia petroquímica ser a vencedora da disputa pela compra da Basell em todos os aspectos, nós recebemos a informação não-oficial de que a empresa não pode comprar a Basell por causa das pressões de origem política dos Estados Unidos".
As relações dos Estados Unidos com o Irã se deterioraram por causa do programa nuclear do país. Muitas empresas ocidentais, incluindo a General Eletric e a BP, disseram que não buscarão negócios lá.
A NPC disse que perdeu o acordo apesar de ter oferecido a divisão dos ativos americanos da Basell. As preocupações dos Estados Unidos aumentaram sobre como o Irã usaria a tecnologia da Basell.
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