Tecnologia

Inaugurada a primeira célula combustível da América do Sul

A distribuidora AES Eletropaulo investiu R$ 1,75 milhão no projeto da célula combustível, que foi executado pela Eletrocell, empresa responsável por montar e desenvolver o protótipo. O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP) é o terceiro parceiro

Redação
30/08/2004 03:00
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A distribuidora AES Eletropaulo investiu R$ 1,75 milhão no projeto da célula combustível, que foi executado pela Eletrocell, empresa responsável por montar e desenvolver o protótipo. O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo (USP) é o terceiro parceiro e a universidade será responsável por testes e análises do equipamento. A inauguração da primeira célula combustível da América do Sul foi realizada nesta segunda-feira (30/08), com presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e do presidente da AES Eletropaulo, Eduardo José Bernini.
A célula a combustível é um gerador que converte energia química em energia elétrica por meio das reações de oxidação do combustível, no caso, o hidrogênio. A geração de energia por esse processo é silenciosa e limpa, sem emissão de ruídos ou poluentes. Outro fator competitivo da célula a combustível é a produção de vapor que poderá ser reaproveitado em sistemas de ar-condicionado e limpeza dos locais de trabalho e/ou de lazer.
Especialistas em energias alternativas apontam a célula a combustível como uma das principais fontes de energia elétrica não-poluente desenvolvida nos últimos dez anos. Nesse período registrou-se o avanço na produção de novos materiais, o que possibilitou a fabricação dos protótipos, e o aumento da preocupação com as mudanças climáticas do planeta. A célula a combustível está colocada no mesmo hall das gerações eólica, solar e biomassa. E com algumas vantagens: ela é armazenável, menor e mais acessível do que a eólica e a solar porque usa como matéria-prima o oxigênio e hidrogênio, que se transformam em água (H2O) durante o processo.
De acordo com o diretor do Cietec, Sergio W. Risola, "o início da operação desta célula a combustível é um marco divisório na política energética do Brasil e servirá também para o governo federal anunciar investimentos no Programa Brasileiro de Células a Combustível".   
O setor de pesquisa de novas matrizes energéticas espera que, por meio deste programa, o Ministério da Ciência e Tecnologia possa tornar a célula a combustível uma aplicação atraente tanto para a iniciativa privada como para os fundos de capital nacionais e internacionais.

Vantagens do hidrogênio - Os equipamentos que utilizam, de forma combinada, hidrogênio e energia solar surgiram há quase uma década. O projeto da AES Eletropaulo utiliza o hidrogênio, que apresenta o melhor rendimento. Além de abundante na natureza, incolor, não-tóxico e inodoro, um quilo de hidrogênio detém a mesma quantidade de energia de 3,5 litros de petróleo, 4 litros de gasolina ou 3,7 metros cúbicos de gás natural.
O equipamento é uma alternativa inteligente ao uso dos geradores convencionais a diesel. Por ser silenciosa, segura e não-poluente, a célula a combustível pode ser instalada em ambientes fechados como hospitais, residências com equipamentos de sobrevida, centrais de telecomunicações, servidores sensíveis às micro-interrupções e em locais remotos fora da área atendida pela rede de energia elétrica.
A tecnologia da célula a combustível vem sendo utilizada pela NASA no programa espacial norte-americano desde o lançamento das naves Apollo. Os projetos e atuais aplicações têm comprovado sua eficiência e versatilidade e suas aplicações vão desde balões atmosféricos e submarinos até modernos sistemas de back-up de energia para computadores.
O projeto integra o programa de pesquisa que a distribuidora desenvolve com recursos do fundo setorial gerenciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Custos - Segundo o diretor industrial da Eletrocell, Gerhard Ett, "o custo sempre foi um fator de preocupação da empresa: a célula a combustível hoje, se produzida em série, compete após o primeiro ano em custo operacional e de instalação com demais fontes de energia. Na mudança da matriz energética, a energia alternativa ocupará um lugar de destaque, de acordo com o que é  preconizado no Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). As células a combustível são importantes por causa de sua crescente flexibilidade em relação ao combustível primário, qualidade de energia, confiabilidade e custo competitivo".
Ao estimar-se uma produção futura seriada de 1.200 unidades/ano, de acordo com as projeções feitas pela Eletrocell, a geração via célula a combustível mais reformador movido a gás natural, responsável pela produção do hidrogênio, ficará em torno de R$ 120 o MWh, sem impostos.
Já na geração via célula a combustível mais reformador movido a etanol, o custo do MWh é de R$ 245. A eficiência elétrica máxima conquistada na conversão do combustível em energia em ambos os casos é de 83%. Porém os custos foram calculados em cima de uma eficiência global de 50%.
A geração a diesel implica em um custo operacional de R$ 733,97 cada MWh e sua eficiência elétrica fica na casa dos 20%.

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