Redação TN Petróleo/Assessoria Abegás
Ieda Gomes é formada em Engenheira Química pela UFBA, com mestrados em Energia pela USP e Engenharia Ambiental pela École Polytechnique Federale de Lausanne, ela conta com mais de 35 anos de experiência internacional nos setores de petróleo, gás, energia e infraestrutura.
O destaque é seu período de mais de 13 anos, em Londres e no Brasil, em uma das maiores companhias de energia do mundo, a BP (British Petroleum). Chegou à presidência da BP Brazil, após uma carreira sólida quebrando tabus. Ela foi a primeira engenheira contratada pela Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), em 1979; a primeira mulher presidente da Associação dos Engenheiros; e, em 1995, a primeira mulher presidente de uma empresa estatal de energia.
Antes mesmo assumir o posto mais alto na Comgás, teve uma contribuição expressiva na Abegás. “Fui a primeira secretária executiva da Abegás, no período 1990-1995, passando então a vice-presidente de Relações Institucionais”, recorda.
Ieda foi bastante atuante. “Em meados de 1990, organizamos uma primeira visita a países vizinhos, para apresentar a recém criada Abegás e buscar cooperação entre o setor de gás no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. Um passo importante foi a Abegás filiar-se à International Gas Union (IGU) em 1993”, recorda.
Outra participação valiosa de Ieda foi a criação de um grupo de trabalho para negociar com a Petrobras os respectivos contratos de importação de gás boliviano pelas distribuidoras de gás natural de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“À época eu coordenava o grupo, representando a Comgás. Foi uma negociação difícil, que durou três anos, de 1993 a 1996, mas que culminou com a assinatura dos contratos de suprimento pelas empresas distribuidoras desses estados e pela viabilização do gasoduto Bolívia-Brasil, um dos marcos mais importantes na história do gás na América do Sul”, destaca.
No total, Ieda possui mais de 35 anos de experiência internacional nos setores de petróleo, gás, energia e infraestrutura. Hoje, atua em diversos conselhos. Entre eles estão o Conselho de Administração da Bureau Veritas e o do Grupo Saint Gobain, ambos na França. Mantém, ainda, uma vida acadêmica, com atividades na Oxford Institute for Energy Studies e no Conselho Consultivo da FGV Energia.
“O pioneirismo não foi destituído de muitas lutas por visibilidade e por reconhecimento, mas felizmente sempre procurei me preparar para os desafios. E tive a sorte de trabalhar com pessoas que reconheceram meu valor”, diz ela.
A participação em funções de liderança no setor de gás e energia, na avaliação de Ieda, vêm progressivamente caindo. Segundo ela, um dos motivos é a competência e dedicação das profissionais, bem como a importância do tema Diversidade no planejamento estratégico das empresas.
Embora as barreiras estejam caindo, ainda é preciso mais, diz ela.
“É importante que a indústria do gás desenvolva projetos de diversidade e inclusão, possibilitando que mulheres possam conciliar sua carreira com responsabilidades familiares, além de planos de carreira sólidos, onde a mulher possa planejar sua ascensão profissional”, conclui.
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